Artes/cultura
05/09/2021 às 06:00•2 min de leitura
Em 1942, a jovem Anne Frank e seus pais, judeus de nascença, esconderam-se em um apartamento secreto em Amsterdã (Holanda) temendo o extermínio anunciado pelo governo nazista, que na época dominava o país. Dois anos depois, a garota, que vivia a iminência de seus 16 anos, foi descoberta e enviada para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde acabou encontrando sua trágica morte e se tornando um dos maiores símbolos antinazistas da história, especialmente após a divulgação de seu diário.
Nascida em Frankfurt am Main (Alemanha) em 12 de junho de 1929, Annelies Marie Frank era filha de Edith Hollander Frank (1900-1945) e Otto Frank (1889-1980), um próspero empresário, e irmã de Margot Betti Frank (1926-1945). Com o partido de Hitler ganhando cada vez mais adeptos e o ódio aos judeus sendo disseminado, a família Frank decidiu se mudar da Alemanha para a Holanda, na expectativa de obter melhores condições de vida.
Em 1933, Otto inaugurou uma pequena e bem-sucedida empresa que produzia matéria-prima de geleia e preparou o cenário ideal para que Anne, que permaneceu com a avó na Alemanha, conseguisse se mudar para onde a família estava. Animada, a garota logo partiu para os estudos em uma escola holandesa, fez novos amigos e aprendeu o idioma local, enquanto via o pai tentar expandir os negócios para a Europa, mas sem sucesso.
(Fonte: Anne Frank/Reprodução)
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, os Países Baixos foram dominados pelos nazistas e medidas restritivas foram severamente impostas. Assim, os judeus, que voltaram a ter medo da perseguição, não conseguiram escapar dos agentes de Hitler e foram deportados para campos de extermínio durante uma das maiores tragédias mundiais: o Holocausto.
Após Margot Frank receber uma carta suspeita com uma convocação para um campo de trabalho na Alemanha, Anne e os pais decidiram se esconder em um sótão atrás da empresa de Otto, acompanhados de amigos da família que se juntaram posteriormente. Depois de quase 25 meses escondido, o grupo foi descoberto pela Gestapo, a polícia secreta alemã, graças a informações de um informante anônimo.
Otto e Edith foram enviados para o campo de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, enquanto Anne e Margot partiram para Bergen-Belsen, em 1944. Dois meses antes de as forças britânicas libertarem o campo, as irmãs morreram de tifo e foram jogadas em uma vala comum e Edith foi vítima fatal. Otto foi o único sobrevivente da família.
Aos 13 anos, Anne foi presenteada com um diário, e nele escreveu não apenas sua rotina durante os anos de esconderijo, mas também sensações, pensamentos, contos e um projeto de romance. A ideia dos pais da jovem era que o diário pudesse ser publicado um dia, trazendo inspirações tanto para os relatos da época quanto para a posteridade, pelo qual seria possível conhecer a dura realidade da exploração nos campos e do domínio nazista. Em 1947, Otto compilou o primeiro livro e deu toda a base para a formação de um best-seller, que se tornou referência na literatura internacional e uma das biografias mais importantes da história.
Até hoje, Anne inspira trabalhos em todo o planeta, desde peças de teatro até museus e santuários em sua homenagem, a fim de preservar a memória da jovem que se sustentou no Holocausto. Um dos projetos mais recentes e modernos sobre a história da pequena judia é o canal do YouTube Anne Frank House, que adapta o diário de Anne para um formato de vlog, sendo possível conhecer a vida dos Frank e os anos de esconderijo no anexo secreto.
O canal simula entrevistas, tours, perguntas e respostas e uma temporada documental sobre a tragédia e surge como um incentivo no combate à discriminação, ao racismo e ao antissemitismo, colaborando com a importância global da liberdade e dos direitos iguais.