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05/09/2021 às 10:00•2 min de leitura
Em 1700, a Europa se encontrava em maus lençóis econômicos com relação às Américas, especialmente a França, visto que desde a Guerra da Sucessão Espanhola, em que Portugal deu apoio à Espanha, a moral dos franceses estava baixa. Então, a saída era um sucesso militar, ainda mais com o fracasso durante a Batalha de Malplaquet, em 1709.
Além disso, um dos motivos para que a França desempenhasse o que ficou conhecido como a Batalha do Rio de Janeiro, foi também porque o comandante francês René Duguay-Trouin estava quase falido. A questão de honra também era um dos aspectos depois que o bucaneiro Jean-François Duclerc e seus 600 soldados foram capturados durante uma tentativa de invasão à cidade. Os franceses queriam libertar os prisioneiros, conquistar algum território brasileiro e fazer valer a misteriosa morte de Duclerc na prisão.
Com isso, a Inglaterra, rival da França, também decidiu entrar no combate, visto que a morte do rei Carlos II, que não deixou herdeiros ao trono, fez crescer o medo de que os Bourbon tivessem poder além de seu território e comandassem os dois importantes reinos.
Era a batalha que poderia definir tudo.
René Duguay-Trouin. (Fonte: Brasil Escola/Reprodução)
Em 1710, o rei da França, Luís XIV, aprovou o plano de invasão ao Rio de Janeiro liderado por Duguay-Trouin, disponibilizando 17 navios para o corsário, armados com 738 canhões e mais de 6 mil homens. No entanto, a batalha não foi financiada pela coroa, mas sim por investidores privados, como o Conde de Toulouse.
Visando enganar a Marinha Real Britânica, que os vigiava, a tropa do corsário partiu em navios de aparência diferente e em horários distintos para que não parecesse que eles rumavam para o Rio de Janeiro.
No entanto, não demorou muito para que os britânicos entendessem a tática e tentassem avisar os portugueses na capital brasileira para frustrar a megaoperação, que poderia significar tirar um respiro de alívio da Inglaterra.
(Fonte: Página Cinco/Reprodução)
Foi enviado uma carta ao governador Francisco de Moraes e Castro em um dos barcos britânicos que conseguiu fazer a travessia do Atlântico mais rápido do que os franceses. Apesar de a carta ter chegado a tempo no Rio, os portugueses já estavam de mãos atadas para um ataque.
Incapaz de conseguir proteger as fronteiras da cidade, Moraes e Castro assistiu ao Rio ser atacado em 21 de setembro de 1711 pela Baía de Guanabara, apesar de suas tropas serem maiores que as francesas.
A então capital do Brasil ficou de refém, em um episódio conhecido como o Sequestro do Rio de Janeiro na História. Duguay-Trouin, como um bom sequestrador, tomou conta da cidade ameaçando atear fogo, saquear todas as riquezas e ainda destruir as casas dos que moravam na vila.
(Fonte: Capadócia Arte e Antiguidades/Reprodução)
Duguay-Trouin ordenou que o governador do Rio pagasse o equivalente a 2 milhões de libras francesas para que as tropas se retirassem “pacificamente” do estado. Visto que os cofres não possuíam essa fortuna toda, a negociação durou semanas, o que levou a saques pela cidade inteira como ameaça, a perda de 600 kg de ouro, 610 mil cruzados, 100 caixas de açúcar, 200 gados, embarcações portuguesas e pessoas escravizadas.
O ataque foi considerado um sucesso para a França, rendendo quase 100% de lucro aos participantes, enquanto o Rio de Janeiro pagou duro pelo sequestro com os destroços deixados pela passagem francesa.