Artes/cultura
25/09/2021 às 07:00•3 min de leitura
Quando o assunto são organizações criminosas, não dá para esperar muitas boas ações. Afinal, não é para isso que elas existem, certo? Contudo, a realidade é que muitos desses grupos fora da lei tinham objetivos bem nobres quando foram criados. Até que, em algum momento, mudaram de ideia e enveredaram pelo caminho do crime.
Na lista a seguir, você confere algumas das mudanças mais impressionantes.
Não é possível afirmar com certeza como a máfia japonesa nasceu. nasceu. Porém, uma das histórias mais prováveis diz que o grupo surgiu no século XVII para proteger as vilas de criminosos. Até que eles próprios se tornaram os criminosos.
É verdade que, nas últimas décadas, a Yakuza diminuiu os crimes violentos e voltou a trabalhar por boas causas. Mas, ainda assim, merece lugar nesta lista de "grupos que se desviaram".
(Fonte: Jogazera/Reprodução)
Outra máfia que surgiu com boas intenções é a clássica italiana, que tantas vezes vimos nos filmes. Diz a lenda que ela surgiu no século XIX para proteger os cidadãos, quando a Sicília estava sendo invadida. O grupo era bonzinho e protegia as pessoas. Até que eles começaram a cobrar por esse "cuidado".
Quando a Sicília se tornou parte da Itália, o governo central pediu ajuda aos mafiosos para controlar certos grupos criminosos — e deixou que eles continuassem extorquindo as pessoas por proteção. Era para ser um acordo temporário, porém foi a oportunidade para que o grupo entrasse na política e na economia do país, se tornando a máfia que conhecemos.
(Fonte: Observatório do Cinema/Reprodução)
Entre os anos 1950 e 1960, alguns grupos se formaram nas ruas de Chicago, para se protegerem do racismo, que era ainda pior na época. Em 1964, dois desses grupos — MarKings e Imperials — decidiram se unir, formando os Latin Kings. A ideia era juntar forças para lutar contra racistas e até contra policiais violentos com os latinos.
O problema foi que, ao longo dos anos, o grupo começou a reunir muita gente — inclusive de fora da comunidade latina — e precisar de mais dinheiro para financiar suas atividades. Assim, passou a vender drogas e cometer outros crimes para conseguir essa grana.
(Fonte: Vox/Reprodução)
Esse grupo tem uma história semelhante: foi formado por imigrantes salvadorenhos em Los Angeles nos anos 1980, para se proteger de gangues violentas da cidade. Até aí, tudo bem. O problema começou quando alguns grupos se envolveram em batalhas violentas com rivais — e acabaram sendo presos por isso.
Na prisão, esses membros do MS-13 se uniram a outros imigrantes latinos e criaram grupos. A partir de então, a organização passou a ficar conhecida por sua violência. Também nessa época, facções do MS-13 começaram a se formar em El Salvador, Honduras e Guatemala, com associação ao tráfico de drogas e a outros crimes.
(Fonte: BlendUp/Reprodução)
Diferente do MS-13, o ÑETA já nasceu na cadeia, quando presos políticos se uniram para lutar contra a violência dos carcereiros e de outras gangues. Mais prisioneiros que sofriam com isso se uniram ao grupo, tornando-o cada vez mais poderosos — mas ainda sem se desviar do seu ideal de proteção mútua.
As coisas saíram do controle quando os carcereiros se uniram a uma das gangues, o G27, para matar o líder do ÑETA. Para se vingar, o grupo assassinou o líder do H27 e mandou partes do corpo para membros de sua família. A partir daí, o ÑETA se tornou outra gangue das prisões.
(Fonte: Emiliano Bar/Unsplash)
Tong surgiu na China no século XVII, como uma organização de proteção e atuação política regional. Chegou aos Estados Unidos com os primeiros imigrantes e servia para protegê-los do racismo que sofriam. Com o passar do tempo, o grupo começou a vender ópio, gerenciar redes de prostituição e cobrar por proteção.
Quando as atividades criminosas começaram, os grupos se dividiram entre várias facções — o que gerou violentas "guerras Tong" nos EUA entre o final do século XIX e o início do XX.
(Fonte: South China Morning Post/Reprodução)
No começo dos anos 1990, a Somália passava por uma grave crise política, sem governo para proteger os mares do país. Isso permitiu que navios estrangeiros fizessem a festa, pescando à vontade e agredindo os pescadores somalis que tentavam ganhar a vida por lá.
Então, esses pescadores se uniram para combater os navios estrangeiros e cobrar pesadas multas de quem estivesse trabalhando ilegalmente nas águas da Somália. O problema é que os justiceiros gostaram da brincadeira e estão lá até hoje, sequestrando diversos barcos que passam pelas águas do país. Muitos dos piratas atuais nem são pescadores.
(Fonte: The Conversation/Reprodução)
Então, é como diz o ditado: "de boas intenções, o inferno está cheio". Se você tem mais algum exemplo para enriquecer esta lista, deixe seu comentário.