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02/11/2021 às 08:00•3 min de leitura
Os vikings se tornaram bem populares nas mídias, e muito se fala neles — sejam em séries, filmes ou jogos, sejam nas histórias em quadrinhos. Porém, eles sempre são vistos como homens grandes e fortes, selvagens, destemidos que navegavam pelos mares, sujos, usando capacetes de chifres e com "cara de poucos amigos".
Dos mitos que cercam esse povo bárbaro da Escandinávia, listamos seis ideias equivocadas, mas que são comuns, sobre os vikings. Confira-as.
Um dos objetos mais emblemáticos relacionados a esse povo são os capacetes com chifres, que, na realidade, só começaram a aparecer no século XIX, quando uma ópera os retratou como vilões que usavam esses artefatos na cabeça.
Na realidade, os capacetes vikings eram feitos de ferro ou couro, e é possível que muitos indivíduos nem sequer usassem um, já que eram itens caros na época. Na verdade, os arqueólogos encontraram apenas um capacete viking autêntico, feito de ferro e sem chifres, que alguns historiadores e especialistas em batalhas acreditam não ter absolutamente nenhum benefício em combate.
(Reprodução/Pixabay)
Quando as histórias sobre esse povo se espalharam pela Europa, às vezes eram acompanhadas de apelidos que soavam horríveis, como "Ásgeirr, o Terror dos Noruegueses" ou "Hilf, o Castrador de Cavalos". Essa pode ter sido uma maneira útil de se referir aos vikings com reputação de serem durões em uma época na qual os sobrenomes reais eram escassos, mas, em diversos casos, esses "títulos" eram bem menos malvadões, como "Olver, o Amigo das Crianças" ou o famosíssimo "Ragnar Lothbrok", que significa nada menos que "Ragnar Calças Peludas".
(Reprodução/Pixabay)
Vikings da cultura pop normalmente apresentam uma tradição de funeral de seu povo: quando um guerreiro morre, o corpo dele era vestido com trajes de gala e colocado em um barco junto de seus pertences, sendo lançado no mar e então incendiado com um disparo de flecha.
É tudo muito legal de se ver em filmes e séries, mas, na realidade, essa não é a verdade absoluta. Eles tinham funerais parecidos a quase todas as outras culturas e, quando um deles morria, normalmente era enterrado no solo.
O mito do navio em chamas pode ter vindo de uma combinação de duas práticas reais dos vikings: às vezes, eles sepultavam seus mortos em seus navios, embora os navios permanecessem em terra onde foram enterrados. E, às vezes, eles queimavam alguns cadáveres em uma pilha de material combustível.
(Reprodução/Pixabay)
Embora seja verdade a violência presente entre os vikigns, eles não eram os guerreiros mais espertos e experientes daquela época. Na verdade, em sua maioria, os vikings eram pessoas normais.
Os historiadores acreditam que os vikings eram formados principalmente por fazendeiros, pescadores e camponeses, em vez do tipo "bárbaro" que estamos acostumados. Considerando que as aldeias que eles costumavam atacar não ofereciam muita resistência, qualquer pessoa poderia ser um viking sem mesmo precisar lutar bem para isso. Inclusive, outro mito comum é que eles estavam constantemente lutando e guerreando.
(Reprodução/Pixabay)
A maioria das representações de vikings — com exceção de algumas poucas, como é o caso da série Vikings da Netflix — mostram-nos como pessoas sujas, brutas e de odores desagradáveis, mas, ao longo dos anos, arqueólogos descobriram uma quantidade significativa de produtos de higiene pessoal que pertenceram a eles, incluindo pinças, pentes, palitos e limpadores de ouvido.
(Reprodução/Pixabay)
Apesar de, atualmente, ser uma cultura considerada bastante machista, os vikings tinham uma abordagem bastante progressiva para sua época em relação aos papéis de gênero. As mulheres podiam possuir propriedades, desafiar qualquer tipo de arranjo de casamento e até mesmo solicitar o divórcio se as coisas não estivessem funcionando.
Além disso, elas eram conhecidas por irem à guerra de vez em quando. O registro histórico de uma batalha em 971 diz que mulheres lutaram e morreram ao lado dos homens. Segundo a lenda, mais de 300 escudeiras lutaram na Batalha de Brávellir no século VIII e mantiveram com sucesso os inimigos a distância.
Inclusive, de acordo com a história, uma das mais notáveis escudeiras foi uma guerreira chamada Lathgertha, que impressionou tanto Ragnar Lothbrok a ponto de ele se apaixonar por ela e pedi-la em casamento.