Artes/cultura
15/11/2021 às 12:00•2 min de leitura
Lançado pela MGM em 1939 e dirigido por Victor Fleming (de … E o Vento Levou), O Mágico de Oz — filme homônimo baseado na fantasia literária de L. Frank Baum — é um clássico do cinema que segue cativando milhões de fãs, tanto pela história comovente quanto pelos detalhes que, para a época, se destacaram por ir além da produção cinematográfica convencional.
A trama conta a aventura de Dorothy Gale (Judy Garland), uma garota que é misteriosamente transportada para um mundo mágico por um furacão e lá acaba conhecendo um grupo distinto de amigos formado por um espantalho (Ray Bolger), um homem de lata (Jack Haley) e um leão covarde (Bert Lahr). Tendo que lidar com as inseguranças da idade e com problemas vividos por seus novos colegas de viagem, Dorothy descobre que uma poderosa bruxa má (Margaret Hamilton) está oprimindo o país, e confrontá-la pode ser a única chance de retornar para casa.
O filme, indicado a 6 Oscars e vencedor de 2, é um verdadeiro tributo ao autor L. Frank Baum, que escreveu quase 15 livros ambientados no mundo de Oz e criou um universo repleto de detalhes fantásticos. Para fazer jus à tão rica obra, os produtores de Hollywood capricharam nas referências, mesmo que algumas delas tenham ocorrido como total coincidência, como no caso da capa do professor Marvel (Frank Morgan).
Durante todo o processo de filmagens, Frank Morgan provou ser o integrante do elenco mais versátil do set, atuando como o "homem atrás da cortina", o taxista que conduzia o cavalo-de-uma-cor-diferente, um guarda no palácio do Mágico e o porteiro do palácio. Porém, sua grande participação foi como o professor Marvel, um vigarista itinerante e decadente que oferece serviços com a mensagem "leio seu passado, presente e futuro em uma bola de cristal" e cuja carruagem cafona o anuncia como "Aclamado pelos Chefes da Coroa da Europa".
Para recriar o personagem, o estúdio enviou seus figurinistas até uma loja de artigos usados em Hollywood e os incumbiu de encontrar o casaco ideal que seria utilizado pelo icônico cigano. “Para o casaco do professor Marvel, eles queriam que a grandeza fosse evidenciada. Um casaco bonito, mas muito esfarrapado”, explicou a crítica de cinema, Mary Mayer. “Então, o departamento de guarda-roupa foi até uma velha loja de segunda mão na Main Street e comprou uma arara inteira de casacos. Frank Morgan, o figurinista e Victor Fleming se juntaram e escolheram um. Era uma espécie de casaco Prince Albert. Era de tecido preto e tinha uma gola de veludo, mas o veludo estava todo gasto”.
(Fonte: MGM/Reprodução)
Após experimentar a roupa no set, Morgan sem querer deu uma revirada nos bolsos da capa e acabou encontrando um bilhete confirmando o antigo proprietário da peça. Para a surpresa de todos, o casaco havia sido encomendado há muitos anos por ninguém mais, ninguém menos, que o autor da história original, L. Frank Baum, em uma reviravolta chocante que foi posteriormente confirmada pelo alfaiate da família e pela viúva Baum.
Até hoje, a coincidência segue como uma das maiores lendas de Hollywood e prova que a magia de Oz alcançava algo muito além das telonas e de seu tempo.