Estilo de vida
05/12/2021 às 12:00•2 min de leitura
Durante séculos, o Templo de Zeus permaneceu de pé no topo de uma montanha com vista para a cidade de Olímpia, na Grécia, servindo como um testemunho do poder dos deuses gregos na Antiguidade. Por muito tempo, esse monumento foi considerado uma obra-prima da Grécia Antiga.
Construído na 2ª metade do 5° século a.C., o espaço recebeu um modelo de construção na ordem dórica, 1 das 3 ordens arquitetônicas gregas, e foi carregado com as melhores obras de arte, mármore e artesanato. Entretanto, sua destruição marcou o fim de uma era, dando início ao reinado do Império Romano e à dominação do catolicismo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se um dia o Templo de Zeus foi erguido como uma construção imponente, atualmente o lugar é apenas uma sombra do que já foi — restando somente as ruínas. Durante muito tempo, arqueólogos acreditavam que o templo havia sido saqueado por Teodósio, o Jovem, em 426 d.C., como parte da ascensão do imperador romano ao poder no que se tornou o Sacro Império Romano.
Entretanto, descobertas recentes sugerem que a história foi um pouco diferente. Apesar de alguns pesquisadores concordarem que Teodósio, o imperador mais jovem do Império Romano, de fato teria causado certos danos na estrutura do monumento, muitos defendem que o templo foi puxado por cordas durante o período bizantino.
Outras teorias sugerem que o templo teria sido abandonado no século VI d.C., quando o rio Kladeos inundou e forçou os habitantes de Olímpia a fugirem dali. Porém, estudos feitos no século XVIII sugerem um desfecho do Templo de Zeus que teria sido ainda mais esquisito.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 1829, uma equipe de arqueólogos franceses comandados por Léon-Jean-Joseph Dubois e Abel Blouet escavaram o Templo de Zeus parcialmente pela 1ª vez na história. Todas as descobertas foram levadas para o Louvre, onde ainda permanecem guardadas.
Em 1875, o Instituto Arqueológico Alemão passou a explorar o local com maior frequência, com escavações periódicas que continuam sendo feitas até hoje. Em setembro de 2021, no entanto, uma descoberta notável demonstrou que uma parcela do templo esteve escondida debaixo da terra.
Assim, os pesquisadores chegaram à conclusão que o real fim do Templo de Zeus em Olímpia ocorreu após uma série de terremotos, entre 522 d.C. e 551 d.C., que devastaram as ruínas e soterraram parte da construção. Dessa forma, o lugar teria sido destruído por um "ato dos deuses".
(Fonte: Wikimedia Commons)
O Templo de Zeus tinha grande relevância em sua época. O monumento assumiu sua forma final em 456 a.C. e servia de ponto de encontro para as orações dos politeístas gregos. O design do local foi concebido pelo famoso arquiteto da Antiguidade, o Libon de Elis, e estava repleto de mosaicos helenísticos de vários deuses e deusas gregos — incluindo Zeus — que foram feitos no melhor mármore importado de Paros, no mar Egeu.
Após uma visita ao templo no século II d.C., o historiador grego Pausânias ficou sem palavras para descrever o monumento em seu livro Descrição da Grécia. Na visão dele, o templo era uma clara representação dos deuses na Terra. Além da estrutura primária, o local contava com o bosque sagrado de Zeus, batizado de Altis, onde diversos altares ao ar livre foram erguidos, tal como o túmulo de Penélope.
Por fim, o templo também abrigava a famosa estátua de Zeus, considerada uma das 7 Maravilhas do Mundo Antigo. A estátua foi construída com ouro e marfim pelo escultor Fídias e tinha aproximadamente 13 metros de altura. Estima-se que a obra tenha demorado 12 anos para ser finalizada e foi um dos monumentos mais reverenciados na Grécia Antiga.