Ciência
09/12/2021 às 08:30•2 min de leitura
Tuvalu, um pequeno país na Polinésia formado por nove ilhas, corre o risco de desaparecer totalmente devido aos efeitos das mudanças climáticas na região. Lar para 12 mil pessoas, o país está em constante ameaça de ser engolido por água, caso o nível do mar continue aumentando todos os anos.
A situação drástica fez com que o ministro da Justiça, Comunicação e Relações Exteriores de Tuvalu, Simon Kofe, emitisse um pedido de socorro durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26). “Estamos afundando, mas a mesma coisa está acontecendo com todos”, declarou Kofe.
(Fonte: Shutterstock)
Ocupando uma área total de 26 km², Tuvalu é constituído territorialmente por nove atóis — ilhas em forma de anel compostas de corais. Esse pequeno país sofre um sério risco de sumir do mapa de uma vez por todas, visto que seu território não tem altitude maior que 5 metros acima do nível do mar.
O principal fator responsável por essa crise tem sido as mudanças climáticas e o aquecimento global, responsáveis por elevar o nível dos oceanos. Com o passar dos anos, é possível que Tuvalu fique totalmente submerso nas águas do Pacífico. As ilhas estão localizadas a 4 mil metros da Austrália e do Havaí.
Além de Tuvalu, outros locais como as Maldivas e Kiribati, que também são atóis, são especialmente vulneráveis às mudanças do clima. “Vivemos em faixas de terra muito estreitas e em algumas áreas você pode ver o mar aberto de um lado e uma lagoa do outro. O que temos experimentado ao longo dos anos é que, com o aumento do nível do mar, vemos a erosão de partes da ilha”, detalhou o ministro de Tuvalu.
(Fonte: Ministério da Justiça de Tuvalu/Divulgação)
Além do risco causado pela invasão do mar, Tuvalu enfrenta uma série de problemas nos últimos anos. Ciclones mais fortes e períodos de seca prolongados se tornaram um fator comum na rotina do país. Para piorar, o aumento das temperaturas do oceano ainda causaram o branqueamento dos corais de recife, essenciais para a proteção da costa e reprodução dos peixes nativos.
A infiltração de água-marinha no subsolo de algumas partes da ilha também faz com que a população sofra com escassez de água potável, dado que diversos aquíferos foram comprometidos e a disponibilidade de água doce está cada vez menor.
Normalmente, a água potável de Tuvalu é obtida por meio da chuva, mas algumas das ilhas cavaram poços para acessar as águas subterrâneas. Como essa técnica tem sido impossibilitada pelo aumento do nível do mar, a obtenção do líquido pluvial se tornou a única fonte — um grande risco devido à ausência de chuvas em certos períodos do ano.
(Fonte: Ministério da Justiça de Tuvalu/Divulgação)
Segundo o discurso de Kofe, o pior cenário possível para as ilhas forçará toda a população a se mudar para outro lugar. Mesmo assim, Tuvalu está em busca de meios legais para continuar sendo reconhecido como uma nação, mesmo que as ilhas desapareçam por completo.
Dessa forma, o ministro espera que a região possa continuar atuando como um Estado e também tenha acesso aos recursos da zona marítima. Algo parecido acontece com Kiribati, que já comprou terras em Fiji para garantir algum território caso os seus atóis fiquem submersos.