Josef Mengele: a morte do médico nazista em uma praia brasileira

15/12/2021 às 06:303 min de leitura

Josef Mengele, apelidado de anjo da morte, foi um dos criminosos de guerra mais procurados da Segunda Guerra Mundial. Mas, ao contrário do que aconteceu com outros oficiais nazistas, a exemplo de Adolf Eichman, que foi preso, condenado e executado, Mengele nunca foi pego. 

No entanto, ele encontrou seu fim em uma tranquila praia de Bertioga, litoral de São Paulo, no dia 7 de fevereiro de 1979. Ele morreu afogado enquanto aproveitava o mar com alguns amigos.

Mengele, 2° da esquerda, ganho o apelido de Anjo da Morte pelo jeito frio e indiferente com que mandava, com um gesto da mão, prisioneiros para a morte. (Fonte: Karl Hoecker/ Museu do Holocausto/ Reprodução)Mengele, 2° da esquerda, ganhou o apelido de anjo da morte pelo jeito frio e indiferente com que mandava, com um gesto de mão, prisioneiros para a morte. (Fonte: Karl Hoecker/ Museu do Holocausto/ Reprodução)

Fuga para a América do Sul

Após a Segunda Guerra, Mengele ficou famoso pelas experiências, torturas e atrocidades as quais submetia os prisioneiros no campo de concentração de Auschwitz, incluindo cerca de 3 mil crianças gêmeas, das quais apenas 200 sobreviveram.

Quando a derrota dos nazistas se tornou uma questão de tempo, os oficiais do regime tinham apenas 3 alternativas: prisão, suicídio ou fuga. Em 17 de janeiro de 1945, quando as tropas soviéticas estavam a poucos dias de Auschwitz, Mengele optou fugir.

Ao contrário da maioria dos oficiais da SS, organização paramilitar nazista, Mengele não permitiu que seu tipo sanguíneo fosse tatuado em seu peito ou braços. É possível que tenha o ajudado a não ser identificado por onde passava.

Para fugir, o médico de Auschwitz se escondeu em uma fazenda na Baviera, no interior da Alemanha. Posteriormente, conseguiu se deslocar até o porto de Gênova, na Itália, de onde embarcou em um navio de passageiros com destino à Argentina.

Para viver no Brasil, colocou sua foto em RG de amigo austríaco que tinha deixado o país. (Fonte: Maja Helmer/ BBC/ Reprodução)Para viver no Brasil, colocou sua foto no  Registro Geral (RG) de amigo austríaco que tinha deixado o país. (Fonte: Maja Helmer/ BBC/ Reprodução)

Os últimos anos de vida de Mengele no Brasil

Na América do Sul, Mengele passou pela Argentina, pelo Paraguai e, finalmente, se estabeleceu no Brasil, em 1960. Por aqui, até teve uma pequena fazenda onde tratava de animais doentes. 

Em uma entrevista publicada no jornal O Estado de São Paulo, em 2013, o delegado José Paulo Bonchristiano, um dos chefes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) na época da ditadura militar, disse que a polícia brasileira sabia que Mengele estava em nosso país, mas que nunca o prenderam porque a polícia alemã nunca pediu.

Entre 1945 e 1979, Mengele adotou vários nomes falsos. Durante os 17 anos em que viveu no Brasil, usou os nomes Peter Hochbichler e Wolfgang Gerhard. Sendo este o nome que usava na ocasião de sua morte e com o qual foi enterrado no cemitério do Rosário, situado em Embu, São Paulo.

Mengele adotou um estilo de vida simples, mas que lhe permitiu certa liberdade, tanto que morreu enquanto aproveitava uma praia. Com o tempo, ficou mais confiante e relaxado à medida que os anos passaram, e os seus perseguidores se distanciavam.

Curiosamente, viveu um bom tempo bem perto de quem o procurava: residia a meia hora de carro dos consulados da Alemanha ocidental, dos Estados Unidos e de Israel, no centro de São Paulo. O governo de Israel até ofereceu uma recompensa US$ 3,4 milhões por sua captura, vivo ou morto. 

Especialistas forenses com a ossada de Mengele. (Fonte: Erick Stover/ BBC/ Reprodução)Especialistas forenses com a ossada de Mengele. (Fonte: Erick Stover/ BBC/ Reprodução)

Em 1985, a própria família do anjo da morte comunicou à imprensa alemã que o médico havia morrido anos antes e estava enterrado no Brasil.  Nesse mesmo ano, a Polícia Federal exumou os restos mortais de Josef Mengele (Wolfgang Gerhardt)

Especialistas brasileiros e alguns dos mais respeitados cientistas forenses do mundo, incluindo equipes da Alemanha e dos Estados Unidos concluíram, após as análises, que a informação passada pela família estava correta e que a ossada no cemitério de Embu era do médico nazista, sobre quem quase nada se sabia desde 1945.

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