Ciência
21/12/2021 às 02:00•2 min de leitura
Yeshua é considerado por muitos estudiosos das Sagradas Escrituras como o verdadeiro nome de Jesus ou, ao menos, seu nome original. Nos textos bíblicos em hebraico e aramaico existem várias definições para Yeshua. Muitas delas foram retiradas do verbo na língua hebraica yasha, que tem o conceito de resgatar, salvar ou libertar.
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Com o passar dos séculos, mudanças promovidas pela Igreja em concílios e as consequentes traduções dos textos bíblicos, algumas adaptações, alterações e transliterações foram feitas. Por exemplo, muitas traduções gregas da Bíblia optaram por adotar o termo Yesous em vez de Yeshua. Isso aconteceu entre os gregos do primeiro século e foi daí que surgiu o nome Jesus.
Embora não seja muito comum no Ocidente ou em traduções bíblicas mais recentes, Yeshua pode ser encontrado especialmente na Bíblia Hebraica e em diversos outros textos antigos importantes nos estudos da fé judaica. Aliás, aqui cabe uma observação interessante: o hebraico, até nos dias atuais, ainda é considerado uma língua sagrada, usada principalmente para as orações e adoração a Deus.
Um dos aspectos mais interessantes nessa história, é a possibilidade haver uma relação entre Josué, que conduziu o povo de Israel para a Terra Prometida após a morte de Moisés, e Yeshua (Jesus). Alguns indícios e semelhanças sobre uma possível conexão podem ser encontrados em relatos e menções sobre a história de Josué como, por exemplo:
Além dessas semelhanças, no texto hebraico, Josué é chamado pelo nome de Yeshua bin-Nun (Neemias 8:17) e de Yehoshua (1 Crônicas 7:27). Em algumas Bíblias na língua inglesa, Josué é declarado como Jeshua.
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O Novo Testamento não foi escrito em hebraico, mas mesmo assim ele confirma a mesma mensagem do Antigo Testamento. Portanto, Yeshua seria o líder que salvaria e renovaria o povo de Israel.
Por outro lado, talvez nada disso importe muito, até porque não existe em nenhum livro da Bíblia uma ordem expressa para que o termo Yeshua seja usado para se referir a Cristo. Aliás, nem sequer há uma sugestão dessa ideia.
O debate sobre o nome do Filho de Deus é longo. Alguns defendem que Yeshua deva ser usado em qualquer situação. Outros dizem que Jesus não é adequado, pois a letra J é uma invenção moderna.
Mas, se observarmos que no Dia de Pentecostes os apóstolos falaram nas línguas dos elamitas, medos e partos; residentes na Capadócia, Judeia, Panfília, Egito, Líbia, Frígia, Ponto, Ásia e Mesopotâmia (Atos 2:9-10), a sensação que fica é que Cristo, por meio da manifestação do Espírito Santo, estava mais preocupado sobre como a sua mensagem de amor, perdão e fraternidade chegaria a outros povos; do que com qual nome seria chamado.