Artes/cultura
28/12/2021 às 06:30•3 min de leitura
Quem organiza uma festa normalmente pensa em formas de entreter os convidados, e alguns anfitriões têm o hábito de propor jogos para promover a interação entre quem não se conhece e fazer todo mundo relaxar.
Essas brincadeiras, que são chamadas no Brasil de jogos de salão, são populares até hoje, mas antigamente havia opções muito estranhas e realmente perigosas das quais os convidados de uma festa topavam participar. Selecionamos alguns jogos bem bizarros caso você queira testar em sua próxima festa — com muita cautela, por favor!
No século XIX, você poderia ser convidado para uma festa do saco de papel na cabeça. (Fonte: History Collection)
Em um tipo de festa muito estranha, comum no século XIX, os convidados usavam um saco de papel na cabeça. O objetivo era que as pessoas conversassem entre si durante toda a festa e adivinhassem quem era o interlocutor ao longo do papo. A graça do jogo era disfarçar a voz para evitar ser reconhecido.
Que tal ir a uma festa vestido como sem-teto?
Durante a Grande Depressão norte-americana, havia uma ideia romântica sobre as pessoas sem-teto, como se fossem grandes aventureiras que estavam sempre prontas para curtir sua liberdade e, sempre que pudessem, atravessar o país inteiro.
Por isso, promoviam-se as chamadas "festas dos sem-teto", nas quais a ideia era justamente que os convidados agissem como se morassem na rua. As pessoas iam até o local sem tomar banho e usando a roupa mais gasta que tinham, e parte da diversão era bater na porta dos vizinhos para pedir comida, cerveja e dinheiro.
No jogo dos sons da cozinha, os convidados adivinhavam barulhos feitos pelo anfitrião. (Fonte: Deep House Amsterdam)
Uma brincadeira bem popular nos séculos XVIII e XIX se chamava sons da cozinha e tinha um princípio bem simples. Enquanto os convidados permaneciam na sala, o anfitrião ia à cozinha e realizava alguma tarefa, como cortar legumes, debulhar milho e limpar o chão. Os convidados tinham de adivinhar a ação apenas ouvindo o barulho. Quem acertasse primeiro ganhava um ponto, e o vencedor era aquele que acumulasse mais vitórias.
Se você vivesse no século XVI, poderia ser convidado a catar uvas-passas no fogo.
Um jogo de salão muito popular no século XVI era o chamado snapdragon, que parece inimaginável em uma festa hoje. Basicamente, colocavam-se uvas-passas em uma tigela e a preenchiam com conhaque. Em seguida, acendia-se o conhaque com fogo, o que gerava uma chama azul.
Os convidados eram desafiados a pegar as uvas-passas com a mão. A grande graça desse jogo era ver os amigos desesperados com as mãos queimando e depois jogando as uvas na boca. O vencedor era quem tivesse coletado e comido mais.
No jogo do detetive, é possível "matar" usando apenas o olho.
Sabe o famoso jogo de tabuleiro Detetive, em que se segue pistas para adivinhar quem é o assassino? Há um game antigo semelhante, mas com uma dinâmica bem mais simples, que podia ser jogado por pelo menos quatro jogadores. O princípio era o seguinte: escreviam-se algumas palavras em papeizinhos que eram jogados em uma tigela. Apenas um papel continha "assassino" e outro, "detetive"; o resto eram apenas "vítimas".
Cada convidado sorteava seu personagem, e a festa seguia normalmente. Mas o assassino precisava "matar" os convidados. Como isso era feito? Por meio do contato visual e de uma piscadela para as "vítimas". Se a vítima fosse "morta", ela deveria cair no chão para sinalizar que havia sido "assassinada". O objetivo era que o assassino conseguisse matar todas as vítimas sem que o "detetive" o pegasse.
A saliva voava na luta de bolinhas de lã.
No século XVIII, um joguinho muito engraçado era sucesso nas festas e consistia em uma espécie de "briga" com bolas de lã sopradas pelos participantes em torno de uma mesa. O objetivo era mover a bolinha até o outro lado da mesa, além de evitar que as bolas dos outros caíssem de seu lado. Quem perdesse precisava pagar uma prenda.