Estilo de vida
05/01/2022 às 09:30•2 min de leitura
Arqueólogos da AOC Archaeology e do instituto Historic Environment Scotland (HES), revelaram as primeiras descobertas sobre o túmulo de Mayback III em Orkney (Escócia), registradas após análise de padrões por raios X. Os artefatos, pertencentes a um antigo grupo viking na região, resistiram a mais de mil anos de corrosão, mantendo as propriedades e as gravuras incrustadas em suas estruturas.
Os itens da tumba foram encontrados durante escavações realizadas em 2015, quando a região revelou ser um cemitério que abrigava vários túmulos da Idade do Ferro. Além de várias pontas de flechas enterradas abaixo de restos humanos, que estavam espalhados pela costa nordeste da ilha de Papa Westray, 2 saliências de escudo e 1 fivela de cinto estavam próximo a uma sepultura ricamente abastecida em um local que tinha fortes evidências de ter sido palco de um naufrágio viking.
(Fonte: AOC Archaeology/Reprodução)
Porém, o que mais chamou a atenção dos especialistas foi uma espada que estava em más condições de preservação e indicava ter sido fundida com sua bainha ao longo do tempo, gerando uma camada superficial que impossibilitava a observação de detalhes. De início, tudo apontava que o artefato datava de 850 d.C. a 950 d.C., época em que colonos noruegueses de 1ª geração transportaram tesouros para Orkney, mas foi preciso uma análise mais atenta — e longa — para encontrar informações precisas sobre os itens.
“Para preservar o máximo de evidências possíveis, levantamos a espada inteira e o solo ao redor em um bloco para ser transportado e ser escavado no laboratório forense”, escreveu Andrew Morrison, arqueólogo e líder da pesquisa. “O ferro da espada foi fortemente corroído, com muitos dos detalhes marcantes sendo visíveis apenas por meio de raios X”, ele explicou.
Nos primeiros meses de pesquisa, as técnicas de datação por radiocarbono determinaram a idade dos restos mortais e o tempo de conservação das sepulturas desenterradas, contendo marcos de pedra retangulares, pontas de flechas, ossos humanos, uma cova simples sem caixão, vestígios de revestimento de pedra, fósseis de um guerreiro viking e uma espada estranhamente posicionada, com o cabo nos pés e a ponta da lâmina no rosto do guerreiro nórdico.
Porém, 6 anos depois, com o uso de cuidadosas técnicas de raios X, os arqueólogos da AOC conseguiram classificar a "espada Mayback". A denominação, criada por Jan Petersen em 1919, faz referência a uma das maiores lâminas utilizadas pelos vikings, caracterizada como um equipamento muito pesado que necessita de um cabo robusto para manter o equilíbrio nas mãos do portador.
(Fonte: AOC Archaeology/Reprodução)
“Possivelmente um dos artefatos mais interessantes e complexos [encontrados no local], essa rara sobrevivente terá muitas histórias para contar”, escreveu Morrison. “É tão frágil que nem sabemos como é o lado de baixo ainda, então nosso entendimento com certeza mudará nos próximos meses”, ele falou.
Os exames atestaram que o cabo da espada apresentava padrões geométricos como octógonos alongados e losangos potencialmente elevados, com um punho coberto de materiais orgânicos mineralizados e uma suposta capa adornada como enfeite na lâmina de dois gumes. Agora, os estudos concentram seus esforços para determinar mais informações sobre os indivíduos nas sepulturas, incluindo ancestralidade genética e sexo, bem como dados sobre dieta e deslocamento.