Ciência
05/11/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 05/11/2024 às 12:00
A ciência acaba de revelar uma antiga cidade maia na Península de Yucatán, no México. Usando tecnologia de varredura a laser, cientistas descobriram cerca de 6.674 estruturas escondidas, incluindo pirâmides semelhantes às de Chichén Itzá e Tikal. A descoberta, publicada na revista Antiquity, revelou uma cidade que pode ter 1,5 mil anos e mostrou um importante capítulo da civilização maia ainda oculto pela vegetação densa e pelas áreas urbanas modernas.
A técnica usada, chamada LiDAR, dispara pulsos de laser no solo, permitindo mapear até áreas cobertas por vegetação. Segundo Luke Auld-Thomas, arqueólogo da Northern Arizona University e primeiro autor do estudo, a tecnologia foi essencial para identificar o local.
Em sua busca por mais informações, a equipe encontrou um estudo de LiDAR realizado para medir e monitorar carbono em florestas do México. Ao examinar 129 km² na região leste-central de Campeche, os pesquisadores descobriram vestígios de uma cidade maia em meio a fazendas e rodovias atuais. Batizada de Valeriana, em homenagem a uma lagoa de água doce próxima, a cidade possui características de uma capital política da era maia clássica, que ocorreu entre 250 e 900 d.C.
Na região central de Valeriana, encontram-se praças cercadas, pirâmides-templo, uma quadra de jogo de bola e um largo caminho ligando esses pontos, indicando que a cidade era um centro administrativo e cerimonial. À medida que se afastam do centro, surgem casas e terraços nas colinas, sugerindo um cenário urbano extenso e densamente povoado.
Segundo os cientistas, essa é a primeira descoberta de estruturas maias na região leste-central de Campeche. “Nem o governo sabia disso e a comunidade científica também não”, afirmou Auld-Thomas, ressaltando que essa descoberta prova que ainda há muito a ser descoberto no futuro.
À medida que os mistérios da civilização maia são gradualmente revelados, o estudo desse período se torna ainda mais essencial. Com o aumento populacional e os desafios ambientais de hoje, explorar como as cidades antigas enfrentaram problemas semelhantes pode oferecer insights valiosos. Luke Auld-Thomas destacou que expandir o conhecimento sobre como essas civilizações antigas viviam nos dá "a latitude para imaginar formas mais sustentáveis de urbanização no presente e no futuro".
Esses achados não se limitam a questões históricas. O próprio Auld-Thomas menciona que o longo registro de adaptações e práticas dos maias pode servir como um manual de sobrevivência moderno, oferecendo referências para a criação de cidades que respeitem e integrem o ambiente natural.
Esse tipo de pesquisa não apenas ilumina o passado, mas também pode inspirar modelos inovadores de urbanismo e convivência sustentável nos tempos atuais. No fim, essa descoberta em Valeriana não só nos permite entender melhor a grandiosidade e a diversidade do império maia, como também reforça a ideia de que o passado pode ensinar lições valiosas para o presente.