Artes/cultura
01/03/2022 às 13:00•3 min de leitura
O caso Watergate foi um dos maiores escândalos políticos dos Estados Unidos. Ele ocorreu em 1972 e levou à renúncia do então presidente Richard Nixon e à condenação de 48 pessoas, a maioria delas ligadas ao governo.
O escândalo envolveu um esquema de escutas ilegais feitas por pessoas conectadas a Nixon (que era do Partido Republicano) de conversas que prejudicavam o Partido Democrata. Durante as investigações, também se comprovou que Nixon atuou para atrapalhar o trabalho da polícia.
O caso ganhou repercussão por conta do trabalho investigativo de dois repórteres do jornal The Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, que obtiveram muitas informações com uma fonte secreta que chamaram de "Garganta Profunda". Conheça agora cinco fatos importantes acerca desse escândalo.
(Fonte: NBC News)
Esse escândalo teve início em 17 de junho de 1972, quando 5 ladrões foram presos após invadirem a sede do Comitê Nacional Democrata, dentro do Watergate de Washington. Logo se descobriu que esse grupo estava ligado ao presidente e à própria Casa Branca.
A invasão foi descoberta quando um segurança notou que havia uma fita adesiva nas travas das portas do prédio, que havia sido deixada por James McCord, um ex-funcionário da Central Intelligence Agency (CIA) e do Federal Bureau of Investigation (FBI).
O segurança removeu a fita, mas, quando retornou, ela havia sido colocada novamente. Isso foi o sinal para que ele chamasse a polícia, que conseguiu prender os invasores.
(Fonte: AFP)
Muito do que sabemos sobre esse escândalo se deve ao trabalho investigativo dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, cuja apuração magistral ficou registrada no filme Todos os homens do presidente, dirigido por Alan J. Pakula em 1976. Mas o que nem todos sabem é que eles não foram os primeiros a cobrir o caso.
No dia 18 de junho, o Washington Post publicou uma matéria feita por Alfred E. Lewis, um repórter policial experiente, relatando o caso da invasão. Ele usou sua relação de longo prazo com os policiais para conseguir entrar no prédio invadido e permanecer lá durante o dia todo, reunindo informações inéditas. Os detalhes dessa matéria levaram que Woodward e Bernstein desconfiassem que aquele fato ia muito além de um simples arrombamento.
(Fonte: Mundo Educação)
Quando Richard Nixon assumiu a presidência dos Estados Unidos, ficou extremamente paranoico no cargo — ele acreditava que estava sendo espionado e, por isso, deveria também espionar tanto rivais quanto aliados. Por conta dessa paranoia, ele grampeou o próprio escritório, fato que o envolveria diretamente no escândalo e praticamente o obrigaria a renunciar.
(Fonte: The Washington Post)
Uma das partes mais conhecidas desse ocorrido é o fato de ele ter sido descoberto por conta de informações reveladas aos jornalistas por uma fonte anônima, chamada de "Garganta Profunda". Apenas muitos anos depois, em 2005, eles contaram o verdadeiro nome da fonte: era um ex-agente do FBI chamado Mark Felt.
Por uma grande sorte, Bob Woodward havia conhecido Felt antes do acontecimento político, quando ainda era um tenente da Marinha e teve que entregar um pacote na Casa Branca.
Mark Felt era diretor assistente do FBI e recebeu o pacote. Eles trocaram algumas palavras, e Woodward ficou com o contato de Felt, desenvolvendo uma amizade com ele, o que posteriormente seria determinante para a história dos Estados Unidos.
(Fonte: Getty Images)
Em meados de 1973, quando o escândalo explodiu, apenas um quarto dos americanos queria que Nixon sofresse impeachment, mesmo que as histórias sobre as gravações ilegais e a corrupção na Casa Branca tivessem sido noticiadas.
A primeira pesquisa em que a maior parte dos entrevistados desejava a saída do presidente foi divulgada apenas em 5 de agosto de 1974. Em 9 de agosto, Nixon renunciou antes que sofresse o impeachment.