Estilo de vida
31/03/2022 às 12:30•2 min de leitura
“Câmbio, na escuta!” Essa frase der ter alguma familiaridade para você por ser muito utilizada na introdução de conversas de rádio. Ela está muito presente nos filmes de guerra e sobrevivência, por exemplo.
Mas você sabia que no contexto real existe toda uma comunicação oficial, padronizada para que as pessoas de todas as nacionalidades possam entender e se comunicar?
Ela é baseada no Alfabeto Fonético, criado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e aderido por todo o mundo na comunicação de militares e civis, principalmente no meio da aviação.
Meio de comunicação utilizado na Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Melhores Destinos/Reprodução)
A adesão do alfabeto fonético se deu por volta de 1920, quando a União Internacional de Telecomunicações (UIT) desenvolveu uma primeira versão. Nela, cada letra era representada com nomes de cidades, por exemplo: Amsterdam, Baltimore, Casablanca, etc.
Porém, a tentativa inicial de unificar as transmissões não obteve sucesso porque nem todos os países aderiram. Com a Segunda Guerra Mundial, esta disparidade ficou ainda mais evidente e chegou a prejudicar a comunicação dos aliados. Isso porque as áreas militares aliadas que participavam do conflito faziam uso de alfabetos divergentes de norte-americanos e ingleses, que utilizavam o Able Baker.
O alfabeto Able Baker não era muito bem-visto por, principalmente, empregar apenas termos em inglês. Assim, para reduzir as problemáticas e universalizar o alfabeto, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (lATA) sugeriu, no ano de 1951, um novo alfabeto fonético que continha palavras em espanhol e francês. Porém, pelos mesmos motivos, ele não deu certo.
Depois de muita discussão dirigida pela OTAN, em 21 de fevereiro de 1956, os países integrantes da organização foram informados da adoção de um novo alfabeto fonético. Alguns anos depois, a UIT também adotou essa nova versão em todas as comunicações. A partir de então, toda a comunicação de rádio (militares, civis e amadores) passou a utilizar essa opção que ficou conhecida como alfabeto fonético da OTAN.
O alfabeto fonético possui 26 palavras com pronúncias de fácil compreensão em transmissões por rádio, seja qual for a nacionalidade. Porém, alguns fonemas são adaptados dependendo da língua.
O termo “alfa”, por exemplo, que é originalmente escrito com “f”, em alguns países é escrito com “ph”. Há mudanças na palavra “Juliet” também: em Francês ela é escrita com dois “t” para não ser pronunciada sem o “te” final, já que os franceses leem o “t” mudo como silêncio.