3 experimentos militares considerados absurdos

19/04/2022 às 06:303 min de leitura

O Exército dos Estados Unidos está no "topo da cadeia alimentar" quando se trata de pesquisas e experimentos militares, em sua maioria desenvolvidos ao longo do século XX, entre 1940 e 1980. Isso porque a Segunda Guerra Mundial despertou um sentimento de encurralamento e, portanto, foi necessário o pensamento bélico. Por outro lado, a Guerra Fria instigou a inteligência do governo para inventar meios para que fosse possível se mover no "escuro" proporcionado pelo período.

Muito do que a Central de Inteligência (CIA) pensou e até mesmo desenvolveu, como drogar indivíduos na Operação Midnight Clímax para controlar suas mentes, ultrapassou o absurdo de tal modo que até hoje muitas pessoas não acreditam que realmente os militares podem ter chegado a tanto.

Contudo, com experimentos iguais às Varas de Deus, ficou mais do que provado que um conceito que soa absurdo pode ser considerado pelas Forças Armadas, e esses 3 experimentos se enquadram perfeitamente no quesito:

1. Projeto Iceworm           

(Fonte: Sandboxx/Reprodução)(Fonte: Sandboxx/Reprodução)

Os EUA foram autorizados a construir bases militares na Groenlândia devido a um acordo com a Dinamarca, no início da década de 1950, para propósitos de estratégia contra a União Soviética, em caso das tensões arrebentarem.

No entanto, a base Camp Century, enterrada sob o gelo da Groenlândia, foi usada para outro objetivo ultrassecreto: o Projeto Iceworm, cujo objetivo era construir uma rede de lançamento de mísseis nucleares móveis sob a camada gelada. Dessa forma, os soviéticos nunca teriam certeza da localização exata dos mísseis, enviados para várias direções a todo o momento.

O projeto foi longe, mas não funcionou porque a maneira como o gelo se movia constantemente acabava destruindo os túneis. Antes do aquecimento global derreter quase tudo e expor a verdadeira cidade e instalação nuclear mantida nos confins das calotas, o programa veio à tona em janeiro de 1995 durante uma investigação do Instituto Dinamarquês de Política Externa (DUPI) sobre o uso e armazenamento de armas nucleares na Groenlândia.

2. A bomba gay

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Em uma época em que se acreditava que a homossexualidade era contagiosa e que o vírus da AIDS poderia ser transmitido até mesmo por um aperto de mão, o Departamento de Defesa dos EUA, interessado em encontrar maneiras menos letais de lidar com soldados inimigos, viu em uma "bomba gay" a solução para desmoralizar e debilitar temporariamente.

Tendo como base compostos químicos sem contexto científico algum, eles criariam a "bomba gay", que custaria US$ 7,5 milhões, para tornar os soldados tão irresistivelmente atraentes uns para os outros usando feromônios e elementos afrodisíacos que provocariam tanta luxúria que a tensão sexual seria demais para eles aguentarem.

O projeto foi descrito em um artigo intitulado Harassing, Annoying, and 'Bad Guy' Identifying Chemicals, que nunca saiu do papel, embora tenha servido de inspiração para outros tipos de bombas com conceitos estranhos.

3. Projeto Habakkuk

(Fonte: Amusing Planet/Reprodução)(Fonte: Amusing Planet/Reprodução)

A Marinha Real Britânica sofreu com os ataques dos submarinos alemães no teatro da Batalha do Atlântico, durante a Segunda Guerra Mundial, que eliminavam comboios navais inteiros, gerando prejuízos imensos para a Grã-Bretanha.

Vendo isso acontecer, o inventor britânico Geoffrey Pyke chegou à seguinte conclusão: e se criasse um porta-aviões feito inteiramente de gelo, ou melhor, boa parte dele? Apesar de parecer absurda, a ideia se apoiava no conceito de que os icebergs se provaram muito resistentes a diversos tipos de colisões e até a ataques de mísseis ao longo do tempo.

Geoffrey Pyke. (Fonte: Pinterest/Reprodução)Geoffrey Pyke. (Fonte: Pinterest/Reprodução)

Assim surgiu o Projeto Habakkuk e o pykrete, um material feito com cerca de 14% de serragem de madeira, algodão e 86% de água, com o qual seria fabricado navios mais resistentes a ataques.

A proposta foi tão promissora que Winston Churchill não hesitou em aprovar o projeto de pesquisa, desenvolvido no Lago Patricia, no Canadá. No entanto, tão rápido o projeto começou, os problemas surgiram. As embarcações teriam que ser imensas, pensando que os icebergs são mais resistentes abaixo da linha d’água. Mas conforme o gelo fosse derretendo, o navio começaria a se inclinar, podendo derrubar as aeronaves que continha. O pykrete seria a solução se não precisasse de uma taxa de fusão tão baixa, que não podia ser proporcionada pelas unidades de refrigeração pouco complexas da época.

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