Ciência
27/05/2022 às 13:00•2 min de leitura
Em termos históricos, o Reino Havaiano foi uma nação que existiu por pouquíssimo tempo — foram apenas 83 anos de vida. Tudo começou quando o rei Kamehameha I decidiu unir as ilhas do Havaí em um só território e estabeleceu o primeiro governo monárquico da região em 1810, que seria logo derrubado em 1893.
Ao longo desses anos, entretanto, nenhuma figura política foi tão relevante para a história do atual território dos Estados Unidos do que Lili'uokalani, a última rainha da nação insular. Pensando nisso, nós separamos uma lista com seis fatos intrigantes sobre essa personalidade histórica para você conhecer mais sobre sua trajetória. Olha só!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Lili'uokalani nasceu dentro de uma família de alto escalão no Havaí. Seus pais biológicos eram o chefe César Kapaakea e Analea Keaohokahole — conselheira do rei Kamehameha III. Porém, a nação insular também era adepta de uma prática chamada "hanai", a qual dizia que crianças nascidas em famílias grandes deviam ser adotadas não oficialmente por famílias com poucos ou nenhum filho.
Com isso, Lili'uokalani, que tinha seis irmãos, foi adotada pelo Alto Chefe Abner Paki e sua esposa, Laura Konia, neta de Kamehameha I. Demorou anos até ela encontrar seus pais biológicos, mas sempre os tratou como trataria qualquer estranho.
Se não bastasse seu papel político no Havaí, Lili'uokalani era uma cantora muito talentosa. Ela tocava vários instrumentos, o que inclui violão, harpa, piano e cítara. Porém, seu atributo mais notável era como letrista e compositora — foram mais de 150 músicas escritas ao longo da vida.
Inclusive, muitas delas se tornaram parte da cultura local. Em 1866, ela foi responsável por escrever a “Canção da Nação Havaiana”, que se tornou hino nacional por um tempo. Sua música mais marcante, no entanto, foi a balada "Aloha 'Oe", inspirada em um beijo de despedida entre um casal.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando Lili'uokalani tornou-se rainha do Havaí após a morte do seu irmão David Kalakaua em 1891, os poderes da monarquia já haviam diminuído bastante. Em 1887, seu irmão tinha sido forçado sob a mira de uma arma a assinar a chamada "Constituição Baioneta", que transferia parte do poder da monarquia para os proprietários de plantações brancos.
Por recusar-se a honrar esse documento, Lili'uokalani sofreu um golpe de Estado planejado por esses empresários em conspiração com o ministro dos EUA no Havaí, John L. Stevens. Esse foi um dos passos finais para tirá-la do poder e anexar o território aos Estados Unidos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando Grover Cleveland assumiu a presidência dos EUA, Lili'uokalani encontrou nele um aliado para voltar ao poder do Havaí. Cleveland era um anti-imperialista e um dos seus primeiros ator foi retirar o tratado de anexação que estava correndo pelo Senado e mandar um oficial para ver o que estava acontecendo na nação insular.
O líder norte-americano logo decidiu que a monarquia tinha sido derrubada ilegalmente e novas tropas foram enviadas para restaurar a rainha deposta ao trono. Sanford B. Dole, que havia sido nomeado líder do governo provisório, recusou-se a abrir mão do poder e sabia que Cleveland nada poderia fazer militarmente se não tivesse apoio do Congresso. Logo, nada foi realmente feito e o território foi finalmente anexado em 1898.
(Fonte: Shutterstock)
Após ter sido condenada a cinco anos de prisão em 1895 por supostamente conhecer o plano prévio de Robert Wilcox, que tentou derrubar o governo de Dole e restaurar Lili'uokalani ao poder naquele ano, a ex-rainha do Havaí foi forçada a assinar um documento renunciando todas as suas reivindicações ao trono.
Em troca, ela garantiu a libertação de todos os seus apoiadores que estavam presos. Caso ela se recusasse a abdicar, foi-lhe dito que todos seus seguidores seriam executados. Isso foi o decreto final de que a monarquia do Havaí teria terminado oficialmente.