Artes/cultura
28/08/2022 às 10:00•3 min de leitura
Aos olhos acostumados com os impressionantes efeitos especiais do cinema de Hollywood, pode soar estranho saber que alguns dos filmes mais bem-sucedidos no gênero de terror foram feitos com baixo orçamento. E estão inclusas nesta conta franquias de imenso sucesso que ajudaram a definir o horror na sétima arte.
Essa lista serve para reafirmar que uma boa história é capaz de causar os mais profundos arrepios sem necessitar de muitos recursos. Afinal de contas, muitos argumentos dos filmes surgiram de histórias orais, contadas ao longo dos tempos sem nenhum mecanismo especial. Confira seis destes filmes.
Lançado em 1999, um momento em que a internet ainda engatinhava, A Bruxa de Blair foi um fenômeno na época, algo difícil de imaginar vermos repetido atualmente. O longa-metragem fez muito uso de found footage e do mockumentary, além de uma grande campanha de marketing.
O título foi realizado com US$ 200 mil, sendo que a maior parte foi de pós-produção. O resultado nas bilheterias, que pode parecer pequeno para os padrões atuais, foi de US$ 249 milhões. Um baita negócio, não é mesmo?
Recentemente, O Massacre da Serra Elétrica ganhou um remake muito criticado por, supostamente, estragar um título clássico dos filmes de terror. O longa-metragem original, filmado em 1974, contava a história de um lunático que, empunhando sua serra elétrica e acompanhado da família doentia, cometia assassinatos em série.
O filme dirigido por Tobe Hooper foi inspirado em histórias reais, sendo produzido com apenas US$ 60 mil e sem recorrer à computação gráfica. Só nos Estados Unidos, o título fez mais de US$ 152 milhões.
Sexta-Feira 13 foi produzido para pegar embalo no sucesso de Halloween, que havia chegado aos cinemas em 1978. Lançado dois anos depois, o filme se tornou um marco, inserindo elementos que foram repetidos à exaustão em outros títulos de terror/horror. Produzido com US$ 550 mil, deu um retorno a médio prazo muito vantajoso, estimado em US$ 59 milhões.
Entretanto, se o valor pode ser considerado baixo quando comparado com filmes mais contemporâneos, é preciso pontuar que Sexta-Feira 13 foi o pontapé inicial de uma das franquias de terror mais lucrativas de todos os tempos, rendendo filmes até os dias atuais.
Alfred Hitchcock é conhecido como o "Mestre do Suspense" e não é à toa. Psicose é uma de suas obras mais impactantes, ainda que possa haver quem questione sua inclusão no gênero de terror. Ele entrou para a filmografia de Hitchcock como seu longa-metragem de menor custo, realizado com "módicos" US$ 800 mil.
A obra, um clássico do cinema filmado na década de 1960, entregou níveis impensáveis de violência para um filme do Mestre do Suspense. Por fim, a história de um assassino com apego doentio à mãe também incluiu cenas que se tornaram parte do imaginário coletivo, especificamente a do chuveiro, uma das mais famosas da sétima arte.
A Noite dos Mortos Vivos é um dos títulos mais icônicos da filmografia de George A. Romero, mestre do gênero. O longa-metragem não foi o primeiro filme de zumbi da história do cinema, mas definiu os critérios para as futuras produções.
Foi marcante por inserir níveis pouco vistos anteriormente de violência, sangue e terror, sem contar que foi um dos primeiros títulos de Hollywood a ter um protagonista negro em cena, Duane Jones. A obra foi concebida com cerca de US$ 114 mil, dando um retorno, na próxima década, de cerca de US$ 12 milhões.
O filme mais novo da lista é também o produzido com o orçamento mais baixo: US$ 15 mil. Atividade Paranormal é outro destes casos que uma ideia simples virou uma franquia de muito sucesso comercial. Oren Peli produziu o longa-metragem de 2007 quase exclusivamente em sua própria casa.
Peli, que se inspirou em uma história que havia acontecido com ele próprio, contratou dois atores até então desconhecidos do público e criou efeitos que tornaram o título muito realista, inquietante e inovador. E isso em um gênero que parecia, até então, esgotado. O primeiro filme da franquia faturou, sozinho, US$ 200 milhões.