Artes/cultura
09/09/2022 às 08:00•2 min de leitura
O fascínio pela família real britânica envolve, é claro, a bisbilhotice em torno de seus escândalos e das decisões erradas que foram tomadas por seus membros. Ao longo dos 70 anos de reinado da rainha Elizabeth II, vários acontecimentos chocaram a opinião pública. Neste texto, contamos 4 deles.
(Fonte: Aventuras na História)
Elizabeth II só se tornou rainha porque seu tio, Eduardo VIII, resolveu renunciar o trono um ano depois de ter sido entronado, em 1936. Ele quis casar com sua amante, uma socialite norte-americana chamada Wallis Simpson. O escândalo foi enorme porque Wallis já tinha se divorciado duas vezes.
Por conta disso, ele teve que abdicar do trono, abrindo caminho para o seu irmão, George VI. Elizabeth seria coroada em 1953, após a morte de seu pai em 1952.
(Fonte: Isto É)
Em 2016, o jornal The Sun causou comoção ao publicar uma foto de 1933 em que Elizabeth, então com seis anos, é enfocada em um vídeo fazendo a saudação "Heil Hitler", ao lado de sua mãe, Elizabeth, e de sua irmã Margareth, enquanto era encorajada por seu tio, Eduardo VIII.
O material causou muito escândalo na época, e reviveu a memória sobre as relações do rei Eduardo VIII com o nazismo. Eduardo e sua esposa Wallis tinham uma relação próxima com Adolph Hitler, e tiveram vários encontros com ele.
Houve na época um questionamento sobre a necessidade de trazer a público esse arquivo, até então escondido pela monarquia. Em entrevista ao jornal The Guardian, o deputado trabalhista Paul Flynn defendeu: "foi uma parte muito interessante da nossa história, quando tivemos um futuro rei que estava flertando com os nazistas, e precisamos saber a verdade sobre isso. Precisamos de mais abertura. A realeza ainda tem grande influência. Charles ainda é o lobista mais importante do país".
(Fonte: DW)
Em 2014, uma mulher chamada Virginia Giuffre acusou o príncipe Andrew, um dos filhos de Elizabeth II, de tê-la forçado de ter relações sexuais com ele quando ela tinha 17 anos. Virginia teria sido mantida como "escrava sexual" do bilionário Jeffrey Epstein, preso por fazer sexo com menores de idade e se suicidou.
Na rede de tráfico sexual comandada por Epstein, Virginia teria sido entregue a Andrew, que a violentou entre os anos 2000 e 2002. Na acusação, ela disse que o príncipe abusou sexualmente dela em três ocasiões. Em 2019, ele negou as acusações, e um juiz inglês decidiu que as alegações contra Andrew fossem apagadas.
(Fonte: The World)
A morte da rainha Elizabeth II fez com que muita gente se lembrasse do aspecto mais sombrio da monarquia britânica: as relações mantidas pelo colonialismo com os países dominados pela Inglaterra.
O fato é que a monarquia tem forte relação, por exemplo, com a escravidão nestas nações e com outros problemas humanitários seríssimos. A rainha, por exemplo, presidia a Commonwealth, a Comunidade das Nações composta por 53 países membros independentes. Ocorre que esta organização surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma forma de "tranquilizar" os britânicos de que o fim do colonialismo não diminuiria o prestígio da Grã-Bretanha.
O príncipe Charles foi nomeado sucessor da rainha na Commonwealth em 2018, embora esta não seja uma posição hereditária. Como chefe, o monarca usufrui de privilégio e influência internacional, remetendo à história de tempos coloniais e perpetuando os privilégios destes aristocratas.
Hoje, há 15 monarquias constitucionais que mantêm submissão ao reinado britânico, incluindo ilhas do Caribe, países sul-americanos e africanos, além do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia. Sobrevive, portanto, uma noção imperialista sobre estes países, incutindo valores britânicos e subserviência às autoridades monárquicas.