Artes/cultura
14/09/2022 às 09:06•2 min de leitura
A história do Conde Drácula foi responsável por popularizar a figura do vampiro em todo o mundo. Seu autor, o irlandês Bram Stoker, foi atrás de um personagem histórico e misturou elementos reais com fantasia gótica para criar um dos personagens mais populares de todos os tempos. Mas, teria Stoker deixado passar uma ligação sanguínea de Vlad III com a família real britânica?
A história nem sempre é tão impactante ou empolgante quanto a ficção. No livro de Bram Stoker, Drácula vai até a Inglaterra onde ataca diversas mulheres inglesas até ser descoberto por Van Helsing, que o persegue de volta até sua terra natal, na Romênia, onde o vampiro é morto.
Na vida real, Vlad III foi o príncipe da Valáquia, atual Romênia, e ficou conhecido como Vlad, o Empalador, por ter utilizado o empalamento como principal método de tortura e execução de seus inimigos. Porém, se ele de fato foi tão sanguinário quanto o romance de Bram Stoker sugere, não é possível afirmar.
Pesquisadores discutem sobre a quantidade de pessoas que ele mandou empalar e se o número foi realmente muito maior que o de outros líderes. Há ainda o fato de Bram Stoker ter se baseado essencialmente em leituras de relatos que ele encontrou na biblioteca do Museu Britânico — muitos destes relatos que vieram de nobres saxões, rivais de Vlad. O que realmente importa é que ele levou a má fama.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A família real britânica possui linhagens de diversas regiões do mundo. Durante muitos anos, para manter e ampliar o poder, reis e rainhas se casaram com nobres de famílias influentes dos mais variados países. George V, que governou o Reino Unido de 1910 a 1936, foi casado com Maria de Teck. Embora ela própria tenha nascido na Inglaterra, seu pai tinha origem na atual Croácia, enquanto sua mãe era germânica.
De acordo com o Rei Charles III, Bisneto de Maria de Teck, ela seria uma descendente de Vlad II. Porém, isso não faz dela — e, consequentemente, dele — descendente do próprio Vlad, o Empalador. Isso porque é possível que seja de seu meio-irmão, Vlad IV, o Monge, que Maria de Teck seja descendente.
Independente disso, o atual rei nunca escondeu seu interesse por seu possível antepassado. Em 1998 ele visitou a Transilvânia — região que fazia fronteira com a Valáquia e onde se passa o romance de Bram Stoker — e se encantou com o local. Desde então o atual rei passou a visitar a Romênia anualmente e chegou a comprar uma propriedade no país. Foi a partir desse contato com a região que ele decidiu conhecer mais sobre a história do local e descobriu sua possível conexão com Vlad III.