O que define quem oficialmente é um padre?

Desde que o candidato Padre Kelmon (PTB) assumiu o lugar de Roberto Jefferson na disputa à presidência nas eleições de 2022, chamou atenção sua postura e suas as vestimentas. No debate realizado ontem pela TV Globo, o presidenciável se tornou meme em virtude dos embates com outros postulantes ao cargo.

Desde a dificuldade em ter o nome lembrado, até ser chamado de "Padre de Festa Junina" e de impostor, seu nome não saiu dos trending topics. Mas, afinal de contas, o que é preciso para se tornar oficialmente um padre? Vem que a gente te explica. Confira.

Quais os passos para se tornar padre?

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Para ser ordenado padre, é necessária a formação em um seminário. Existem dois caminhos, sendo o mais longo de até oito anos de estudos. Ele envolve um ano de educação em seminários, com atividades envolvem o estudo de História, Latim e Cantos Gregorianos, além de outras disciplinas.

Na sequência, os futuros padres devem cursar três anos de Filosofia. Após a conclusão, ainda há mais quatro anos de estudo de Teologia. O caminho mais tradicional envolve a ida direta para a universidade, que permite que o tempo de estudo nos seminários seja reduzido.

Nestes casos, a formação é adquirida em até quatro anos. A indicação é que se procure a paróquia onde deseja atuar para avaliação das condições de validação do curso. É importante deixar claro que ser padre no Brasil é uma profissão, reconhecida pelo Ministério do Trabalho e integrante da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Como funciona a hierarquia na Igreja Católica

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O clero, isto é, o conjunto de sacerdotes responsáveis por um culto religioso, funciona com uma hierarquia ascendente, em que há três graus do Sacramento da Ordem (nome dado no catolicismo ao poder e a graça de executar funções na Igreja Católica): Episcopado, Presbiterado e Diaconato.

O episcopado é o topo da pirâmide, exercida pelos bispos. No alto, vem o Papa, seguido do Cardeal, do Arcebispo e do Bispo. O presbiterado é o meio dessa hierarquia, também conhecidos como sacerdotes. É representado pelo Vigário-geral, pelo Pároco e pelo Padre.

Por fim, na base da hierarquia está o diaconato. É representado pelo Diácono (um religioso no último ano de estudo) e pelos Seminaristas. Fora da hierarquia, mas no desenho de toda comunidade em torno da Igreja, estão os Leigos, que é uma maneira histórica de se referir ao povo, aos fiéis.

Qual a diferença entre a Igreja Católica e a Igreja Católica Ortodoxa

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Na campanha política, o candidato Padre Kelmon (PTB) se apresentou como integrante da Igreja Ortodoxa. Mas qual a diferença para a Católica? Durante séculos, as duas eram uma só, até que, em 1054, houve o Grande Cisma, uma ruptura da Igreja Cristã, resultando na Igreja Católica Apostólica Romana e na Igreja Católica Apostólica Ortodoxa. 

Apesar de muitas características semelhantes, os católicos tem no Papa seu principal líder terreno, um representante de Deus. Os ortodoxos, ainda que possuam uma liderança, o patriarca, seu papel é o de manter a unidade da Igreja. Sabe as cruzes? Também são diferentes: a dos ortodoxos possuem três barras, uma a mais do que a dos católicos.

As demais diferenças são basicamente ritualísticas. O voto de castidade é obrigatório para todo sacerdote do catolicismo, mas opcional para os padres ortodoxos. Católicos têm no Papa sua autoridade máxima, não reconhecida pelos ortodoxos. A quaresma católica tem 40 dias, dos ortodoxos 47.

O calendário da Igreja Ortodoxa é o Juliano, com 13 dias a mais em relação ao Gregoriano, utilizado pelo catolicismo (e por você, mesmo que seja ateu). Sabe o Natal? 7 de janeiro para ortodoxos, 25 de dezembro para católicos. Por fim, até entre os santos há diferenças. Não há estátuas deles para a Igreja Ortodoxa, no máximo pinturas.