Estilo de vida
05/10/2022 às 06:30•2 min de leitura
Um acontecimento impressionante no mundo da moda chamou a atenção de pessoas do mundo todo nas últimas semanas. Ao final de um desfile criado pela empresa francesa Coperni, a modelo Bella Hadid caminhou até o meio da passarela usando apenas um fio dental e segurando seis seios com as mãos.
Então, dois funcionários da empresa se aproximaram dela e passaram a borrifar algo no seu corpo que parecia ser tinta branca. Após 15 minutos, uma outra funcionária cortou uma fenda e removeu as mangas de um suposto look pintado. No entanto, a peça de roupa recém confeccionada era capaz de se mover junto de Hadid — mostrando que a tinta havia criado um "tecido instantâneo". E como funciona essa tecnologia? Entenda!
Toda essa história começou por conta de um homem chamado Manel Torres, um designer de moda que teve a ideia de criar uma camiseta que pudesse surgir do nada com uma lata de spray que funcionasse como uma teia de aranha. Porém, quando ele iniciou sua jornada nos anos 2000, ele ainda não tinha ideia de como chegar a tal produto.
Então, Torres decidiu ir para o Imperial College em Londres, que é altamente conhecido por suas inovações, e pedir ajuda. Os pesquisadores gostaram da ideia de prontidão e lhe deram alguns recursos para alcançar seu objetivo: um laboratório e materiais químicos. Após dois anos, tendo muitas tentativas e erros, os primeiros resultados vieram.
Em 2003, o designer foi responsável por criar o Fabrican, uma fibra líquida, unida a polímeros, biopolímeros e alguns solventes verdes que evaporam quando o spray atinge uma superfície — no caso, o corpo de Bella Hadid. De acordo com Torres, o tecido parece camurça e pode ser manipulado como qualquer outro.
Fonte: Estop/Getty Images)
Após a descoberta de Manel Torres, entra o papel dos dois designers da Coperni: Sébastien Meyer e Arnaud Vaillan, conhecidos por seus designs inovadores como uma bolsa de vidro que usaram no passado. O vestido desfilado por Bella Hadid em 2022 usou a tecnologia Fabrican para elaborar uma peça 3D na frente de uma grande plateia — incluindo a ilustre Kylie Jenner.
O vestido moveu-se como uma segunda pele, encaixando-se perfeitamente no corpo da modelo. Na moda, essa tecnologia poderia ser usada para fazer vestidos inteiros, como o que aconteceu no desfile, ou até mesmo consertar peças velhas danificadas com o tempo. O plano da Coperni é que essa tecnologia seja leva também para a indústria média, podendo fazer moldes ou ataduras estéreis em spray a partir de latas de aerossol.
"No século XXI, devemos fazer com que seja a primeira vez que a ciência e o design caminhem realmente juntos, ilustrando assim sua interdependência", escreveu a marca em comunicado oficial. Dessa forma, a empresa francesa definitivamente cravou seu nome com uma grande ação.