Artes/cultura
22/10/2022 às 05:00•2 min de leitura
A astrologia é o tipo de tema que costuma envolver gregos e troianos. Há os que simplesmente adoram tentar entender a sua vida a partir do "mapa" desenhado pelos planetas no céu. Por outro lado, há quem ache tudo isso uma grande balela, desenvolvida para enganar os mais ingênuos.
Independente do lado que você está, o fato é que a astrologia é um elemento cultural importantíssimo da humanidade – afinal, poucos patrimônios culturais são mais antigos que ela. Para reiterar esta ideia, trazemos aqui uma descoberta de pesquisadores da Croácia: uma placa com mais de 2 mil anos que traz 30 fragmentos de marfim que representam signos do zodíaco.
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(Fonte: NBC News)
A placa foi descoberta pelos pesquisadores no Mar Adriático. Depois de anos desenterrando esta peça, ela revelou inscritos em estilo greco-romano que mostram imagens de Câncer, Gêmeos e Peixes.
O que se imagina é que um antigo astrólogo tenha usado esta placa para apontar a posição dos planetas no horizonte no momento do nascimento de uma pessoa – o que é a perspectiva básica para estabelecer o signo e o resto do mapa astral que regerá aquela vida.
"Isso é provavelmente mais antigo do que qualquer outro exemplo conhecido. Também é mais antigo do que qualquer um dos horóscopos que temos do mundo greco-romano. Temos muitos horóscopos escritos como uma espécie de documento em papiro ou em uma parede, mas nenhum deles tão velho quanto este", declarou Alexander Jones, professor do Instituto para o Estudo do Mundo Antigo da Universidade de Nova York.
A placa estava em uma caverna. Ninguém sabe ao certo como e por que esta caverna havia sido lacrada há mais de 2 mil anos. Não se sabe também como explicar como a placa foi levada até lá.
(Fonte: Minha Vida
A astrologia consiste na interpretação da influência dos planetas e das estrelas sobre a vida dos seres humanos. Ela nasce ligada à astronomia (que estuda os planetas a partir de métodos científicos). Mas, diferente da dela, a astrologia observa os astros como elementos simbólicos que refletem ciclos da natureza e causam consequências em nossas vidas.
Ela surgiu na Mesopotâmia e se espalhou para a Índia. Sua apropriação pela cultura ocidental se deu por meio da civilização grega no período helenístico. “A astrologia se desenvolveu da fusão entre a filosofia natural grega e a improvável adivinhação celeste babilônica”, explica Michael Shank, professor de história da ciência na Universidade do Wisconsin-Madison, para a revista Superinteressante.
Mas formas da astrologia existem em todas as culturas – e há quem diga que os reis Magos, que se guiaram pela estrela de Belém para chegar até Jesus, também tivessem ligação com a astrologia. Os sacerdotes babilônicos acreditavam que os movimentos do planeta causavam determinações na vida na terra – ideia que teve forte impacto na astrologia.
De acordo com a tradição da cultura grega, o céu estaria dividido em 12 constelações do zodíaco. Dependendo do dia e da hora que a pessoa nasce, planetas e constelações diferentes terão influência em sua vida. Daria então para dizer que a astrologia está para a astronomia assim como a alquimia está para a química.
Enquanto a primeira tem a ver com tradição, cultura e mitologia, a segunda está ligada com o nascimento da ciência moderna durante o século XVII. Ela tem mais relação com a psicologia (e com a ideia dos arquétipos do inconsciente, trazidas por Carl Jung) do que com as ciências naturais.