Estilo de vida
27/11/2022 às 12:00•2 min de leitura
A viola caipira é um instrumento que faz parte da cultura brasileira e representa muitos povos com sua incrível sonoridade. No entanto, é preciso ressaltar que essas violas também possuem uma mística muito grande em sua história, sendo um símbolo da Música Popular Brasileira (MPB) e participando até mesmo de alguns rituais "mágicos".
Seguindo o que aprenderam com o folclore nacional, diversos violeiros desenvolveram a mania de colocar um guizo de cascavel dentro do seu instrumento — o que serviria para melhorar o som e também afastar qualquer tipo de mau-olhado do instrumentista. Porém, de onde surgiu essa história e por que ela se tornou algo tão popular? Entenda!
(Fonte: Shutterstock)
Dentro do meio musical, existe uma crença forte: só sabe tocar bem a viola quem nasceu com esse dom ou quem fez pacto com o diabo. Existe uma longa tradição cultivada por músicos de várias épocas e culturas de associar o talento de exímios instrumentistas a misteriosos poderes sobrenaturais.
Logo, o talento da viola estaria diretamente relacionado com bruxaria e magia. No folclore, o que não falta por aí são histórias de violeiros que venderam suas almas para adquirir o pleno conhecimento da música e saber tocar as notas mais intensas de maneira instantânea e sem esforço — o que nunca termina bem.
Nas lendas brasileiras, a viola caipira passou a substituir o papel da viola tradicional. Segundo as histórias, basta segurar uma cobra-coral venenosa sobre o túmulo de um afamado violeiro e deixá-la se enroscar pelos seus dedos, à meia-noite de uma Sexta-feira Santa, para firmar um pacto com o capeta e se tornar o novo grande instrumentista no cenário.
(Fonte: Shutterstock)
Se um violeiro entregou seu instrumento para o diabo, como fazer para neutralizar todas as energias ruins? É aí que entra em cena o guizo de cascavel, que deve ser colocado dentro da viola para afastar todo tipo de mau-olhado e energia ruim direcionada para o músico — sobretudo de outros violeiros invejosos.
Porém, engana-se quem pensa que esse ritual é simples assim. Reza a lenda que a cada sete anos um violeiro deve passar seu guizo de cascavel para um novo tocador de viola e arranjar outro para não deixar seu próprio instrumento vazio. Isso seria um sinal de proteção comunitária e benção de outro músico talentoso.
Há quem diga que essa superstição ajuda muito na sonoridade da viola caipira, mas a realidade é que tudo é uma questão de gosto. Seja você crente ou não de todas essas lendas, uma coisa é certa: esses mistérios fazem da MPB e toda cultura ao seu redor muito mais rica e interessante, fascinando milhões de pessoas em nosso país. Além disso, tentar se precaver do mau-olhado nunca é demais, não é mesmo?