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11/12/2022 às 07:00•2 min de leitura
A figura de um ser maléfico, que tentará corromper as pessoas no momento do juízo final, é comum em diversas religiões. Para os cristãos, esse ser seria o anticristo. Uma entidade que assume forma humana e tenta se passar pelo salvador. Mas seu objetivo é evitar que as pessoas sigam o caminho de Deus.
E é exatamente isso que Al-Masih ad-Dajjal representa para os muçulmanos. Para o islamismo, esse "anticristo" deverá aparecer no Yawm al-Qiyamah (Dia da Ressurreição) ou no Yawm ad-Din (Dia do Julgamento), para tentar impedir a salvação final.
Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca. (Fonte: Wikimedia Commons)
Na tradição islâmica, entre os muitos sinais do fim dos tempos, está o aparecimento de Al-Masih ad-Dajjal. Em árabe, “Dajjal” significa "aquele que engana misturando verdade e falsidade". Ou seja, ele é um falso messias para os muçulmanos.
Seu objetivo é conseguir atrair o maior número de fiéis, se passando por um salvador. . Segundo os textos do islamismo, ele irá aparecer em um momento em que o mundo estará enfrentando uma crise de alimentação severa. O início desse ciclo será marcado por um longo período de seca, e o Dajjal aparecerá para resolver os problemas na Terra.
Esse falso messias irá surgir no Khurasan — uma região histórica da Pérsia que englobava partes dos atuais Irã, Afeganistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Usbequistão —, ou a "terra do oeste". Maomé teria dito que ele formará um exército e o liderará para lutar contra aqueles que não acreditam nele. No final, o verdadeiro messias irá surgir para confrontar o Dajjal e salvar a humanidade.
Meca é uma das cidades em que Dajjal não pode entrar. (Fonte: Wikimedia Commons)
Tamim al-Dari é uma figura bastante conhecida do islamismo por ter sido um dos primeiros cristãos convertidos ao islã, e por encontrar o Dajjal. Alguns anos antes desse encontro, ele já havia conhecido Maomé, mas foi somente após ter visto o "Messias Impostor" que ele decidiu se converter ao islamismo.
Na versão da história compartilhada pelos sunitas, al-Dari estava em uma viagem — possivelmente pelo Mediterrâneo, mas o destino correto é incerto e varia conforme as fontes — quando sua embarcação naufragou. Ele acabou indo parar em uma ilha com parte da tripulação, onde foi encontrado por uma criatura cabeluda chamada de al-Jassasah.
Embora receosos, al-Dari e seu grupo seguiram a criatura até uma catacumba, onde havia um homem algemado. Após uma conversa, Dajjal se revelou ao grupo afirmando que em pouco tempo estaria livre para deixar sua prisão e começar a convocar um exército de homens.
Segundo a tradição islâmica, Dajjal só seria impedido de se aproximar de duas cidades: Meca e Medina. Ambos os lugares seriam protegidos por anjos com espadas desembainhadas. A conversa teria sido uma prova que os relatos de Maomé sobre o Dia do Julgamento estavam corretos.
Quando al-Dari conseguiu retornar à Arábia, ele procurou Maomé para relatar o que havia testemunhado. Após fazer isso, ele se converteu ao Islã. O Profeta também decidiu reunir seu povo na mesquita para compartilhar com todos a jornada de al-Dari, para que todos estivessem atentos aos sinais do Dia do Julgamento.