Como São Paulo ajudou a popularizar o Cristianismo?

A história do início do Cristianismo conta com diversos nomes importantes entre os seus propagadores, mas talvez nenhum deles seja tão proeminente quanto o de São Paulo.

Nascido Saulo (seu nome mudou para Paulo após se converter), ele se tornou um grande perseguidor daqueles que diziam acreditar nos feitos de Jesus Cristo. Porém, ao realizar uma experiência mística decisiva em uma de suas missões, relatada no livro Atos dos Apóstolos, Paulo teve um encontro com o próprio Messias e passou por uma mudança de vida radical.

De perseguidor a evangelizador

A conversão de Saulo. (Fonte: Getty Images)

Após esse encontro, Paulo começou a espalhar os ensinamentos de Cristo em várias regiões. Ele foi o responsável por fundar várias comunidades e manter contato com elas por meio de cartas (alguns dizem que seus relatos podem ser considerados até uma espécie de nascimento do jornalismo, por conta do teor informativo que muitos desses escritos carregavam).

"Ele foi, sem dúvida, o primeiro grande teólogo do Cristianismo", comentou à BBC o religioso Darlei Zanon, filósofo e teólogo, conselheiro da Società San Paolo, em Roma. "E ainda hoje pode ser considerado um dos maiores teólogos da história do Cristianismo, porque as bases [que ele fundamentou] ainda são estudadas."

"Mais do que teólogo, diria que foi um grande pastoralista, porque ele dava respostas concretas às questões pastorais, da sociedade, daquelas primeiras comunidades cristãs. Assim, vejo-o como um teólogo prático, um pastor, já que suas cartas tentavam dar respostas concretas aos problemas de moral, de liturgia, de correção fraterna, de liderança…", continuou o estudioso.

Duas datas comemorativas

(Fonte: Getty Images)

São Paulo tem uma importância tão grande para o Cristianismo que a Igreja Católica dedica duas datas ao santo: 29 de junho, quando é relembrado o seu martírio, e 25 de janeiro, recordando a sua conversão.

Vale ressaltar, entretanto, que nenhuma dessas datas possui um registro preciso, e tomam como base tradições antigas – a festa de sua conversão no século VI, por exemplo, começou a acontecer onde hoje é a França.

Por fim, com todos os seus feitos, o Paulo começou a se denominar apóstolo de Cristo, mesmo não tendo vivido com ele como São Pedro ou São João (escritor dos evangelhos). Porém, os próprios cristãos e a igreja o consideram como tal, graças ao seu trabalho na propagação dos ensinamentos de Cristo.