Artes/cultura
31/01/2023 às 13:00•2 min de leitura
Quem acredita em astrologia sabe que a expressão "Mercúrio deve estar retrógrado" funciona quase como uma Lei de Murphy. Isso porque se acredita que esse evento sazonal dá início a uma série de problemas e inconvenientes na vida de alguém, e muitas vezes é tratado como uma justificativa mais genérica que "valida" colocar a culpa em outras coisas e se isolar temporariamente para evitar mais caos. Mas de onde começou esse tratamento ao planeta?
Estima-se que, em 2023, Mercúrio ficará retrógrado em quatro ciclos distintos: de 28 de dezembro e a 18 de janeiro (Capricórnio), 21 de abril a 14 de maio (Touro), 23 de agosto a 15 de setembro (Virgem) e 13 de dezembro a 1 de janeiro de 2024 (Capricórnio e Sagitário). Nessas épocas, o planeta aparenta retroceder em sua órbita, em uma ilusão de ótica gerada por um movimento de translação — giro ao redor do Sol — que dura apenas 88 dias.
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
Como convenção, a astrologia propôs que o movimento simularia a vida "ao contrário", onde mesmo seguindo em frente — devido à ininterrupção do tempo — há a sugestão de um passo dado na direção errada. Porém, essa ideia, na prática, não era para incitar o pavor; trata-se de um fenômeno comum a todos os planetas mais distantes do Sol do que a Terra, com alguns casos de padrões retrógrados ainda mais perceptíveis quando vistos à noite por causa das diferenças orbitais. Dessa forma, o impacto do evento é apenas questão de perspectiva.
Mercúrio retrógrado é citado em documentos da astrologia desde o século XVIII, quando almanaques britânicos eram utilizados por agricultores que pretendiam sincronizar seus cronogramas de plantio com os padrões das estrelas. Esse interesse cresceu nas outras gerações e as pessoas passaram a acreditar que a energia espacial afetava o comportamento humano, dando indícios do "mau presságio" e se relacionando com o desastre absoluto.
Como, segundo a mitologia romana, o deus Mercúrio governava as viagens, o comércio, a riqueza financeira e, especialmente, a comunicação, estudiosos no departamento relacionaram o suposto atraso do movimento planetário e fatalidades envolvendo essas áreas da vida. Assim, um poder além do humano foi atribuído a relacionamentos interpessoais, trabalho, dependência do mundo tecnológico e a necessidade por maiores índices de produtividade.
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
Nos períodos do ano em que o evento astrológico está previsto para ocorrer, especialistas recomendam melhorias no processo de comunicação e um pensamento mais cirúrgico sobre o que e quando se deve falar algo. A tomada de decisão é assunto recorrente nesse meio e serve como uma etapa essencial para o alcance do sucesso ou do fracasso. Além disso, acredita-se que os signos do zodíaco sofrem impactos direto dessa Lei de Murphy, e em 2023 os agendados para serem mais prevenidos são Capricórnio, Touro e Virgem.