A obsessão histórica das pessoas pelo pênis de Napoleão Bonaparte

09/02/2023 às 02:002 min de leitura

Tudo o que diz respeito a vida de Napoleão Bonaparte é infame, desde quase ser morto por um bando de coelhos até ser resgatado do exílio pelo protótipo de um submarino. E isso não parou depois que ele morreu.

Após a Batalha de Waterloo, que causou sua queda, Napoleão foi condenado à longínqua Ilha de Santa Helena, localizada no Atlântico Sul, há 2 mil quilômetros de qualquer trecho de terra. Em 5 de maio de 1821, o líder francês morreu em decorrência de um câncer no estômago, agravado por úlceras gástricas hemorrágicas, após ter sido administrado uma dose generosa de calomelano – um composto com mercúrio usado como medicamento naquela época.

Foi aí que começou a obsessão pelo pênis de Napoleão Bonaparte.

O detalhe infame

(Fonte: Thomas Coex/AFP/Getty Images)(Fonte: Thomas Coex/AFP/Getty Images)

No dia seguinte à morte do estadista, o médico corso, o Dr. Francesco Antommarchi, foi o escolhido pela família do exilado para realizar sua autópsia, o que foi feito na presença de mais 16 pessoas.

Foi depois desse processo que Antommarchi conseguiu cortar várias partes do corpo de Napoleão, sendo uma delas o seu pênis, presentado a um padre italiano, que o contrabandeou para a Córsega. O clérigo foi morto em uma perseguição sanguinária da família do imperador, que conseguiu reaver o membro de Napoleão. Assim se manteve até 1916, quando um colecionar britânico o obteve.

A primeira exposição pública do pênis aconteceu no Museu de Artes Francesas, em Nova York, em meados de 1927, onde multidões foram ver o que foi descrito por um jornalista da Time como "um pedaço de couro ou uma enguia enrugada". Isso porque o órgão foi colocado em uma pequena caixa, o que o secou com o constante contato com o ar.

O motivo de as pessoas terem desenvolvido essa fascinação esquisita pelo pênis de Napoleão é porque a humanidade tem sido obcecada por partes do corpo perdidas de nomes famosos, sobretudo quando este adquiriu um status bastante mítico em sua passagem pela História.

Um objeto de desejo

(Fonte: Flickr/Reprodução)(Fonte: Flickr/Reprodução)

O governo da França teve a oportunidade de comprar o órgão sexual do homem, mas se recusou a admitir até mesmo sua existência. Por outro lado, o Dr. John Lattimer, um urologista norte-americano, arrematou o pênis de Napoleão durante um leilão em 1977. O homem tinha uma extensa coleção de estranhas relíquias de alguns dos eventos históricos mais importantes do século XX, inclusive dos quais ele fez parte.

Lattimer foi o médico assistente de prisioneiros nazistas durante os julgamentos de Nuremberg, coletando o frasco contendo cianeto que Herman Goring usou para seu suicídio, em 15 de outubro de 1946. O médico também estava durante a autópsia de John F. Kennedy, e conseguiu pegar uma parte do estofado da limusine em que o presidente foi assassinado em Dallas.

John Lattimer. (Fonte: Bizarro Bazar/Reprodução)John Lattimer. (Fonte: Bizarro Bazar/Reprodução)

Contudo, Lattimer sofreu com a aquisição controversa, principalmente em meio aos homens, o que o fez guardar o pênis de Napoleão em uma caixa em baixo da cama de sua casa em Nova Jersey. E lá permaneceu por anos, enquanto ele recusava responder perguntas das pessoas que queriam ver o órgão, até que uma de suas filhas o resgatasse após sua morte.

De acordo com Tony Perrottet, autor do livro Napoleon’s Privates: 2.500 Years of History Unzipped, o pênis era muito enrugado, com cerca de 2 centímetros de comprimento, como o dedo de um bebê. Apesar de estranho, ele disse que foi "uma coisa incrível de se ver".

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