Ciência
17/03/2023 às 06:56•2 min de leitura
Por milênios, a escrita hieroglífica que caracterizou os antigos egípcios foi motivo de fascinação para a humanidade. Sendo mais preciso, é possível afirmar que esse fascínio permanece até os dias atuais, seja em textos que seguem com sua tradução incompleta, seja nos que seu contexto é desconhecido.
Profissionais têm se especializado no tema, de modo que seja possível traduzir estes escritos e revelar aspectos ainda desconhecidos sobre a cultura dos povos antigos. A dificuldade é que a técnica é complexa e carece de compreensão para hieróglifos específicos. Confira os textos mais intrigantes do Egito Antigo.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Registrado no túmulo de Ai, confidente e funcionário de grande confiança do rei do Egito, o Grande Hino a Aton é um texto hieroglífico de caráter religioso. Sua autoria não é precisa, mas acredita-se que tenha sido criado pelo faraó Akhenaton, por volta de 1350 a.C., durante a Reforma Religiosa de Amarna, em que se colocou o deus Aton como o "verdadeiro deus".
O Grande Hino a Aton seria um cântico de louvor a essa nova ordem na religião do Egito Antigo. Aton é colocado como o sol, origem de todas as coisas boas, enquanto o faraó Akhenaton seria seu filho. A religião durou pouco tempo, e após Akhenaton sair do trono, tudo relacionado a ele foi retirado, incluindo sua visão religiosa.
(Fonte: History of Egypt Podcast/Reprodução)
Temos muitas informações sobre as pirâmides do Egito, mas também há muitas lacunas e desinformação sobre a maneira como foram erguidas. O historiador grego Heródoto, por exemplo, relatou que teria ouvido de sacerdotes egípcios que a construção das pirâmides teria se dado mediante trabalho escravo. No entanto, em 2013, arqueólogos descobriram papiros que lançaram nova luz sobre o tema.
Considerado o texto hieroglífico escrito em papiro mais antigo já descoberto, ele contém os Diários de Merer, um funcionário público, com um diário de bordo do trabalho realizado na criação das pirâmides. Encontrados em cavernas no Mar Vermelho, mostram, entre outros fatores, que os trabalhadores eram remunerados, a quantidade de comida distribuída e toda contabilidade envolvida.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Datada do ano 394, o Grafito de Esmet-Akhom é conhecido como a última vez em que hieróglifos foram escritos no Egito Antigo, por isso é um marco na história da civilização. Ela estava gravada nas paredes do Templo de Philae, construído em uma pequena ilha e erguido em homenagem a Ísis, a deusa do amor.
O templo serviu a família de Esmet-Akhom por gerações, mas quando o Egito caiu nas mãos dos romanos, a situação mudou. Em 391, o imperador Teodósio I ordenou o fechamento dos templos pagãos, como forma de impor o cristianismo. O fato de estar em uma ilha ajudou a preservar não apenas o templo, mas o hieróglifo presente em sua parede.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Narmer foi um faraó do Egito. A Paleta de Narmer é uma placa com duas faces, que contém inscrições e relevos que narram a unificação do Alto e Baixo Egito. A placa é considerada um dos primeiros documentos históricos, tendo sido produzido por volta de 3200 a.C., e encontrada pelo britânico James E. Quibell, em 1898, em uma escavação feita em Hieracômpolis, antiga capital do Alto Egito.
Diferentes abordagens foram feitas por pesquisadores no estudo do material, sem ainda haver consenso sobre o objetivo da elaboração da paleta, nem sua utilidade posterior. Atualmente, a Paleta de Narmer está em exposição no Museu do Cairo, no Egito.
Ela foi feita apresentando cabeças bovinas, dois serpopardos, além de um homem usando a Coroa Vermelha do Baixo Egito, cujo tamanho é o dobro das figuras ao redor, a quem acreditam ser Narmer.