Conheça a história que ajudou a criar e popularizar o vampiro moderno – e não é Drácula de Bram Stoker!

01/10/2023 às 05:002 min de leitura

É sabido que a figura mítica do vampiro se popularizou muito depois do lançamento do romance Drácula, de Bram Stoker, publicada em maio de 1897 pela Archibald Constable and Company de Londres.

Ocorre que, cerca de 80 anos antes disso, o vampiro moderno já havia sido apresentado à cultura popular. Segundo o livro Legends of Blood: The Vampire in History and Myth, de Wayne Bartlett e Flavia Idriceanu, a figura dos predadores sugadores de sangue já circulava durante o século XVII e início do XVIII, à medida em que se proliferava uma epidemia de histórias de vampiros pela Europa.

Mas algumas das obras nesse período se tornariam mais definidoras da imagem do vampiro do que outras!

O conto "O Vampiro"

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Em 1816, o poeta romântico Lord Byron convidou seus amigos – Percy Bysshe Shelley e sua futura esposa Mary Shelley, sua meia-irmã, Claire Clairmont, e o médico John Polidori – para que lessem uma coleção de histórias alemãs de fantasmas chamada Fantasmagoriana, para então criar suas próprias obras.

Byron elaborou um fragmento de poema, Mary Shelley criou o embrião de seu futuro romance Frankenstein, e Polidori teria publicado um conto chamado O Vampiro em 1819. Mary Shelley mais tarde contestaria essa versão, dizendo que, na verdade, John Polidori desenvolveu uma ideia terrível sobre uma mulher com cabeça de caveira.

Mais tarde, na reunião, Byron teria lido seu fragmento de poema para o grupo, que apresentava a história de um personagem que morre após o narrador prometer não contar sobre a sua morte para ninguém. Segundo versões, Polidori teria copiado ideias de Byron para acrescentar na sua história.

Anos depois, em 1819, John Polidori publicou o conto O Vampiro, quando já estava bastante afastado de Lord Byron. É possível que o conto tenha sido impresso apenas para chamar a atenção para a sua próxima publicação, Ernestus Berchtold; Or, the Modern OEdipus, que se vinculou ao movimento literário de horror em alta por conta do sucesso de Frankenstein de Mary Shelley.

Ocorre que a sua história acabou sendo publicada pela The New Monthly Magazine com um nome curioso: O Vampiro: Um Conto de Lord Byron. Mais tarde, Polidori reclamou para a revista e acusou-a de ter cometido um erro, já que o conto seria completamente dele. Byron negou também ter escrito a história.

A repercussão em torno de "O Vampiro"

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A repercussão em torno de O Vampiro foi escandalosa e a carreira literária de Polidori (que era, por formação, médico) acabou arruinada. Mas a história foi republicada e traduzida durante várias décadas, ajudando a formatar a visão moderna sobre os vampiros.

Segundo o editor Robert Morrison, até então, os vampiros que apareciam na literatura eram criaturas fedidas e peludas, que caçavam sobretudo gado. “Polidori elevou o vampiro às fileiras da aristocracia, e lançou uma mania de vampiros que depois de dois séculos ainda mantém sua capacidade de nos agarrar pela garganta”, afirmou.

O editor ainda completa que John Polidori teria claramente moldado seu vampiro, Lord Ruthven, na figura de Lord Byron, pois ambos "têm em comum boa aparência, insensibilidade, posição elevada, mobilidade, riqueza e apetites sexuais aguçados".

O conto provavelmente influenciou muita gente importante, como Edgar Allan Poe, que pode ter se inspirado nele para escrever A Queda da Casa de Usher, publicado em 1839. Alguns estudiosos dizem já ter encontrado elementos vinculados a vampiros no romance O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë, publicado em 1847. Ou seja, tudo antes de Bram Stocker ter trazido ao mundo o seu Drácula.

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