Ciência
21/10/2023 às 12:00•2 min de leitura
Nesta quinta-feira (19), estreou nos cinemas brasileiros o filme Assassinos da Lua das Flores, a obra mais recente do icônico diretor Martins Scorcese. O lançamento ocorre exatamente 100 anos após um episódio que ficou conhecido na história da nação Osage como o "Reinado do Terror", uma série de assassinatos misteriosos investigados por um embrionário FBI, nos anos 1920.
Diferente do filme, que começa com uma cerimônia fúnebre, o livro homônimo, escrito pelo jornalista David Grann, se concentra na família de Mollie Burkhart, uma mulher osage (vivida no filme pela atriz indígena Lily Gladstone) que era esposa de Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio no filme).
No dia 9 de março de 1923, Mollie iria passar a noite na casa de sua irmã, Rita, mas desistiu porque James “Cowboy”, seu filho de dois anos, teve que ser levado ao médico para tratar uma dor de ouvido crônica. Às 3h da manhã do dia seguinte, a explosão de uma bomba na casa de destino matou a irmã de Mollie, uma empregada e, quatro dias depois, seu marido Bill Smith.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Esses assassinatos, que provavelmente tinham Mollie como alvo, haviam começado alguns anos antes, quando sua irmã Nina morreu de uma misteriosa doença debilitante em 1918. Em maio de 1921 (mês da Lua das Flores), Anna Brown, a irmã mais velha, foi encontrada morta em um campo. E, alguns meses depois, a mãe delas, Lizzie, morreu supostamente envenenada.
Essa trama macabra teve início quando os osages foram expulsos de suas terras ancestrais pelo governo dos EUA e compraram 600 mil hectares de terra para estabelecer seu novo lar, em uma região seca e pedregosa no nordeste de Oklahoma, em 1872. Anos depois, a descoberta de petróleo no local transformou os 2.229 membros da tribo em milionários.
Originalmente, o filme de Scorcese seria baseado na investigação federal, conduzida por Tom White, que seria interpretado por DiCaprio. No entanto, após visitar a nação Osage, o diretor optou por colocar o relacionamento de Mollie e Ernest como centro da narrativa.
Quando começou pesquisar os assassinatos em 2012 para o seu livro, o jornalista Grann teve um prenúncio de quem seria o grande culpado ao verificar um recorte em uma foto de 1924, no Musem Nacional Osage.
Quando procurou a diretora do museu, ela lhe mostrou o fragmento faltante e disse: “O diabo estava bem ali, olhando friamente para a câmera”. Era William Hale (Robert De Niro), chefe político do condado e tio de Ernest Burkhart, marido de Mollie desde 1917.
Indicado para conduzir as investigações em 1925 pelo histórico diretor do FBI, J. Edgar Hoover, o agente White (Jesse Plemons) indiciou Hale e Ernest como os principais suspeitos pelos assassinatos. Presos em janeiro do ano seguinte, eles foram condenados à prisão perpétua.