Ciência
11/03/2024 às 08:00•3 min de leituraAtualizado em 11/03/2024 às 16:25
No dia 12 de março, completará 25 anos que o Brasil sofreu o maior blecaute da sua história, superando o evento similar em 1985. O corte de energia, que durou aproximadamente quatro horas, atingiu 10 Estados e o Distrito Federal, chegando a ter reflexos também no Paraguai.
De acordo com estimativas da época, pelo menos 76 milhões de pessoas foram afetadas pelo caso, um equivalente a 47% da população brasileira na época.
As regiões mais atingidas foram São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo, que ficaram completamente no escuro — exceto pelas áreas abastecidas por companhias estaduais. Estados como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul presenciaram o corte por 20 minutos e em menor proporção. Relembre mais sobre esse acontecido nos próximos parágrafos!
O apagão iniciou por volta das 22h16 do dia 11 de março de 1999 em uma subestação de energia elétrica da Companhia Energética de São Paulo (CESP) localizada no município de Bauru. Por conta da pane de energia, um sistema de segurança da Usina Hidrelétrica de Itaipu — a qual abastece o Paraguai e grande parte do território brasileiro — foi acionado e paralisou todas as 16 turbinas da usina. Com isso, o Paraguai ficou completamente sem luz.
Segundo reportagens, os paraguaios presenciaram a interrupção de energia por 15 minutos. Na época, o então presidente da Itaipu Binacional, Euclides Scalco, declarou que 15 das 16 turbinas voltaram a "operar no vazio" com cerca de 20 minutos de apagão. Isso significa que elas estavam prontas para produzir energia, mas dependiam da reativação da linha de transmissão para que a energia chegasse aos Estados.
No Rio Grande do Sul, o apagão perdurou por 40 minutos, mas não atingiu a região central do Estado que possuía geração própria de energia elétrica. No Rio de Janeiro, a luz voltou e caiu múltiplas vezes. O apagão só teve fim decretado por volta das 3h39 de sexta-feira, 12 de março de 1999, quando a energia foi restabelecida em São Paulo.
Ainda no dia 11 de março, às 23h, o então ministro Rodolpho Tourinho foi para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), uma entidade privada e a principal responsável pela operação do sistema de energia elétrica do Brasil, a fim de acompanhar a operação de restabelecimento do fornecimento de energia. De lá, ele declarou que nenhum Estado chegou a ficar totalmente às escuras devido ao suporte das companhias estaduais.
Tourinho também afirmou que não tinha informações sobre as possíveis ligações entre as bombas que haviam sido colocadas nas linhas de transmissão de Furnas em 1998 com o blecaute do dia 12 de março.
A versão oficial do acontecimento diz que o apagão foi causado por conta de um raio que atingiu a subestação de Bauru. Porém, estudos meteorológicos comprovaram que não houve tempestades de raios na região naquele dia.
Posteriormente, o Ministério de Minas e Energia admitiu que havia redução dos níveis de segurança e manutenção da subestação. Alguns especialistas também afirmaram que boa parte da responsabilidade cabia à desorganização do setor energético e da falta de investimento em equipamentos naquela época.
Com boa parte do Brasil completamente no escuro por alguns momentos, o país se viu em meio ao caos. Altos níveis de trânsito foram registrados nas grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Reportagens feitas sobre o blecaute também diziam que inúmeras pessoas foram assaltadas enquanto os bandidos se aproveitavam da escuridão.
Por conta disso, em São Paulo, a polícia teve que ir às ruas evitar arrastões. Linhas de trens e metrôs ficaram paralisadas por quase uma hora, deixando passageiros presos enquanto esperavam o caminho de volta para casa.
Alguns hospitais acabaram ficando sem luz por alguns segundos, enquanto outros não notaram o apagão por conta dos geradores próprios que passaram a funcionar imediatamente após a queda de energia.
Também por conta do apagão, muitas emissoras de televisão do país que não contavam com geradores de energia saíram do ar. Aquelas que possuíam esse tipo de equipamento, no entanto, basicamente não foram assistidas durante quatro horas nas cidades afetadas pelo apagão.
Embora o apagão que atingiu Brasil e Paraguai em 1999 seja notavelmente o mais impactante na história do país, ele não foi o único a acontecer. Em setembro de 1985, um blecaute deixou pelo menos 12 milhões de pessoas sem luz em sete Estados. Essa é considerada uma das primeiras grandes falhas no fornecimento de energia elétrica brasileiro.
O caso mais recente aconteceu no dia 10 de fevereiro de 2010, apenas três meses depois de outro blecaute significativo em 2009. Nessa data, vários estados das regiões Norte e Nordeste ficaram sem luz por algumas horas. Contudo, até hoje a causa desse apagão não foi identificada.
Gostou do conteúdo? Conte para gente em nossas redes sociais e aproveite para compartilhar a matéria com os seus amigos.