4 coisas que Hollywood ensinou errado sobre traumas emocionais

30/08/2024 às 20:002 min de leituraAtualizado em 30/08/2024 às 20:00

Um trauma emocional é uma resposta que a mente dá a um evento muito estressante, que excede a capacidade de uma pessoa de enfrentamento ou de integrar as emoções sentidas no episódio. Por consequência, um trama se torna algo que modifica a vida que transcorre a partir daquele momento.

Os filmes costumam explorar muito as histórias de personagens que passam por traumas emocionais intensos. Contudo, também é comum que eles mostrem equívocos e imprecisões que podem distorcer o conhecimento das pessoas sobre esse tipo de experiência, que é no mínimo bem complexa.

1. Os traumas muitas vezes são simplificados

Em Amargo Regresso, Jon Voigt vive um veterano de guerra traumatizado. (Fonte: IMDB / Reprodução)
Em Amargo Regresso, Jon Voight vive um veterano de guerra traumatizado. (Fonte: IMDB / Reprodução)

Um equívoco muito cometido em filmes de Hollywood é a simplificação exagerada os efeitos de um trauma. Este é um tipo de situação complexa que pode gerar incontáveis tipos de reações, mas os filmes costumam mostrar isso de uma maneira muito linear: o personagem passa por uma situação estressante e passa em seguida a demonstrar tal sintoma. 

Isso é nocivo porque as pessoas que passam por essas situações, muitas vezes, não conseguem nem reconhecer com clareza o que a experiência negativa está causando em suas vidas.

2. A exploração de gatilhos dramáticos e flashbacks

Em O Lado Bom da Vida, os personagens de Jennifer Lawrence e Bradley Cooper passaram por traumas intensos.
Em O Lado Bom da Vida, os personagens de Jennifer Lawrence e Bradley Cooper passaram por traumas intensos. (Fonte: IMDB / Reprodução)

Os filmes de Hollywood também exageram em outros recursos para ilustrar o trauma: os flashbacks recorrentes e os gatilhos. Embora os flashbacks existam, nem todas as pessoas com traumas ficam frequentemente retornando à situação enfrentada, como se estivessem vendo um filme – inclusive, é bem comum que elas nem lembrem o que aconteceu com elas.

Já os gatilhos podem ser mais sutis do que aquilo que costuma ser mostrado nas telas. Na vida real, muitas vezes nem se reconhece bem quais são eles.

3. Recuperações relâmpago

Os traumas mostrados em Manchester à Beira-Mar envolvem a morte dos filhos do protagonista.
Os traumas mostrados em Manchester à Beira-Mar envolvem a morte dos filhos do protagonista. (Fonte: IMDB / Reprodução)

Um clichê nos filmes é mostrar que as pessoas se recuperam dos traumas em um curto espaço de tempo, ao enfrentarem um único evento transformador ou um momento de catarse. Essa representação é especialmente nociva, pois ajuda a criar uma expectativa irreal nas pessoas – como se elas fossem começar a fazer algo, como terapia, e logo fossem ficar "curadas".

Na vida real, não funciona assim, pois não há uma recuperação rápida e completa. Geralmente o tratamento psíquico ajuda a pessoa a conviver com o que ela passou, e isso leva um bom tempo, quando não a vida toda.

4. Representações erradas sobre a terapia

Em A Liberdade é Azul, uma mulher lida com a morte de sua família.
Em A Liberdade é Azul, uma mulher lida com a morte de sua família. (Fonte: IMDB / Reprodução)

Nesses filmes, frequentemente os personagens buscam terapia ou aconselhamento e fazem descobertas incríveis logo nas primeiras sessões. É claro que a terapia é uma ferramenta maravilhosa, mas este é um processo duro e sutil, cujo efeito vai muito além de uma sessão. Muitas vezes, as pessoas precisam passar a vida toda elaborando seus traumas. E nunca um terapeuta terá uma "solução" simples às questões enfrentadas por seus pacientes.

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