Ciência
03/10/2024 às 06:00•2 min de leituraAtualizado em 03/10/2024 às 06:00
Os filmes de ação guardam um espaço especial para as cenas de perseguição a carros. Afinal, por serem em alta velocidade, elas costumam ser cenas muito emocionantes, dessas que nos fazem prender a respiração até o último minuto.
Mas sentimos dizer que, na maior parte das vezes, o que vemos na tela não aconteceria na vida real. E, para nossa sorte e nossa proteção, a polícia tem regras bem estabelecidas para os momentos em que precisam correr de carro atrás de suspeitos.
Esqueça aquelas cenas super ousadas em que um policial toma uma decisão impulsiva e sai atrás de um possível bandido sem pensar muito antes. Se um policial mandar uma mensagem de rádio comunicando que um suspeito correndo de carro, provavelmente o seu superior vai dizer para não começar uma perseguição.
E a razão é benéfica. Essas perseguições envolvem muitos riscos de vida, tanto para os profissionais envolvidos quanto para as pessoas que estão nas ruas naquele exato momento. Os outros motoristas podem ser atingidos, assim como os pedestres e os ciclistas. E nem vamos começar a falar no fato de que a perseguição pode passar por alguma zona escolar, colocando em perigo muitas crianças. Simplesmente não vale a pena.
É bem comum nesses filmes assistirmos a cenas com dois parceiros policiais estão perseguindo um suspeito em fuga, enquanto um dirige e o outro atira. Acontece que, além de envolver um risco enorme para todos os envolvidos, as chances de acertar o alvo em uma situação como essa são bem pequenas.
Mesmo que o policial fosse o melhor atirador do mundo, não dá para esquecer que o alvo estaria em movimento – e em alta velocidade. Por isso, seria basicamente uma saraivada de balas perdidas que poderiam atingir uma pessoa inocente.
Outro clichê são as cenas em que os policiais atiram nos pneus dos carros dos suspeitos. Acontece que a polícia simplesmente não é ensinada a fazer isso. A razão é relativamente simples: os pneus costumam estar cobertos por um para-choque, o que os torna difíceis de visualizar tanto de frente quanto da parte de trás do carro.
Mas e se a viatura policial estiver do lado do carro em perseguição? Provavelmente atingiria apenas as calotas. Ou seja, os tiros não teriam muita efetividade. E, se acertasse, existisse a probabilidade que a bala desvie, uma vez que os pneus são feitos de uma borracha bem dura.
Ok, mas então quando a perseguição realmente acontece? Quando o risco causado pelo suspeito para as pessoas é maior do que a que for provocada pela perseguição em si. Ou seja, quando o envolvido for alguém perigoso, como um assassino que matou várias pessoas.
Acontece que, na maior parte das vezes, os suspeitos não atendem a esses critérios. Ou seja, de modo geral, a forma mais segura de lidar com uma fuga é abortar a perseguição. Mas, em um filme de ação, certamente isso não teria a menor graça.