Ciência
19/05/2024 às 17:00•3 min de leituraAtualizado em 19/05/2024 às 17:00
A pena de morte é uma prática legalizada em alguns países para punir pessoas que cometeram crimes considerados hediondos. Ela é considerada bárbara por muita gente: simplesmente, decide-se juridicamente provocar a morte de alguém por consequência de seus atos.
Em tempos antigos, a pena de morte foi tratada muitas vezes como um ritual público que servia para "educar" aqueles que assistiam. Mas, por incrível que pareça, a chamada pena capital foi várias vezes aplicada sob condições bizarras.
As sociedades medievais praticaram, e muito, a pena de morte. Mas, talvez por influência religiosa, algumas vezes a sentença era mais "humana". No século XVI, durante a execução de um homem chamado Hans Vogel, em Nuremberg, na Alemanha, um sujeito foi condenado e recebeu algumas benesses nos seus últimos momentos, como fazer uma última refeição, receber a família e ter o direito de confessar seus pecados.
Mas, conforme relatado no livro The Faithful Executioner, do historiador Joel Harrington, ele só não esperava receber a visita do próprio carrasco, que fora lhe pedir perdão. E não apenas isso: os dois conversaram e compartilharam um St. John's Drink, visto como um poderoso analgésico, e depois partiram finalmente para a execução.
Em 1457, na cidade francesa de Savigny, uma porca e seus leitõezinhos atacaram um grupo de pessoas e acabaram matando um menino de cinco anos. O dono dos animais fugiu da cena do crime e – pasme – os porcos acabaram sendo julgados pelo assassinato. Como não era possível provar a participação dos porquinhos, a porca foi condenada à morte por enforcamento.
Por incrível que pareça, coisas desse tipo eram relativamente comuns. Os julgamentos de animais aconteciam, mesmo que as pobres criaturas não pudessem se defender. Em 1386, outra porca foi condenada e levada ao tribunal vestida com roupas humanas, e depois enforcada por um carrasco profissional.
O povo inuit, composto por membros da nação indígena esquimó que habitam as regiões árticas do Canadá, do Alasca e da Groenlândia, não tinham exatamente um conceito de lei que julgasse os crimes, diferente do que ocorria na Europa, Ásia e Mesoamérica. Ao invés disso, eles criaram uma ideia de crime baseada na avaliação sobre se uma ação era ou não prejudicial à sobrevivência do grupo.
Por isso, foi estipulado que as punições seriam aplicadas conforme o nível de perturbação, buscando a chamada “manutenção da paz”. Eventualmente, as ocorrências eram consideradas tão nocivas ao grupo – como os assassinatos em série, enquanto os individuais poderiam ser tolerados – que acabavam em execução. Mas havia outros "crimes" à coletividade que hoje nos soam cruéis, como ser velho demais ou ter uma doença crônica.
Conforme a tradição inuit, quando alguma dessas situações ocorria, cabia à família do condenado realizar a execução. Certamente, era algo extremamente difícil.
Diferente de outros países, como nos Estados Unidos, a execução aos condenados no Japão costuma acontecer de forma rápida e inesperada. O argumento é relativamente simples: considera-se que a longa espera pela morte é um abuso psicológico ao condenado.
No Japão, as execuções costumam ser realizadas por enforcamento, e os criminosos costumam saber que serão mortos nas manhãs do próprio dia em que o ato final será cometido. Já as famílias recebem o comunicado postumamente, por intermédio do Ministério da Justiça.
Por mais que o método sofra críticas, o governo japonês defende que essa prática é um ato de misericórdia com os encarcerados.