Ciência
07/06/2024 às 20:00•3 min de leituraAtualizado em 07/06/2024 às 20:00
Hollywood adora contar histórias que envolvem a vida nos restaurantes. A indústria da gastronomia é um prato cheio para salas de cinema lotadas. Porém, nem o maior esforço de roteiristas e cineastas é capaz de impedir que, aqui e ali, aspectos do trabalho de chefs, garçons e bartenders sejam ensinados de modo equivocado ao público.
Especialistas no ramo confirmam que a rotina nas cozinhas profissionais pode ser estressante. Todavia, a imagem de cozinheiros como pessoas facilmente irritáveis, ou até mesmo um poço de sabedoria (e filosofia barata) parece se ater exclusivamente aos filmes. E de acordo com quem já comandou um restaurante, o cliente não tem sempre razão.
Você certamente já acompanhou alguma obra de Hollywood em que um cliente, não satisfeito com a qualidade do prato que chegou à sua mesa, solicita ao garçom ou garçonete que o devolva à cozinha. Na cena seguinte, um chef e sua equipe estão extremamente irritados. Corta para a realidade: cozinheiros da vida real cometem erros.
Uma cozinha profissional envolve diferentes métodos e processos que, por vezes, podem sair de forma errada, o que gera o retorna à cozinha. Agora, isso não significa o fim do mundo para os profissionais.
Dizer que não há um incômodo em quem produziu a refeição seria exagerado, mas parte do trabalho é ser resiliente e resolver o problema para que o cliente seja atendido. Um restaurante costuma receber muitos consumidores, a última coisa que a equipe da cozinha teria tempo é para gastar sua energia se indispondo.
Outro tópico bastante comum nos filmes é o retrato de garçons e garçonetes como indivíduos frustrados com seus empregos. Especialistas no ramo de serviços confirmam que o trabalho é árduo e exigente, especialmente para a equipe do salão, que necessita lidar com os dois extremos do serviço: a cozinha e os clientes.
É sempre preciso um esforço extra para manter a postura e o sorriso no rosto para o atendimento. Mas, ainda com todos esses obstáculos, empregados do setor de gastronomia costumam afirmar que gostam do que fazem e entendem que em todo trabalho há dias bons e ruins.
Chefs gritando, integrantes da cozinha que não dominam suas funções. Esses também são estereótipos recorrentes dos filmes de Hollywood. Uma cozinha profissional é composta por diferentes perfis, mas não condiz com a realidade que o ambiente de trabalho seja um barril de pólvora como no cinema.
Trabalhadores do setor relatam que as relações em uma cozinha de restaurante são bem educadas e cordiais. Já no que concerna à qualificação dos funcionários, existem os mais diversos tipos, sendo geralmente adequados a funções que possam executar sem comprometer o ritmo de trabalho.
A ideia de quem a equipe do salão de um restaurante, composta por garçons, recepcionistas, maître, entre outros, é mal paga não condiz, necessariamente, com a realidade. Nem todo funcionário de um restaurante profissional recebe apenas o salário mínimo mais gorjetas. Estabelecer uma carreira nessa indústria pode render uma vida profissional realizada e gratificante, diferente do retratado em filmes.
Um aspecto importante é entender que existem maneiras de ser promovido, financeiramente ou mudando de função, sem contar que diferentes cargos costumam oferecer diferentes remunerações. O potencial de desenvolvimento de carreira no setor é uma realidade.
Os filmes costumam retratar as cozinhas como lugares santificados e brilhantes. Bem, sabemos que existem legislações sanitárias rígidas, mas essa imagem de lugar completamente limpo não é real, ou ao menos não em um local com anos de existência. O dia a dia em uma cozinha gera desgastes em móveis e no ambiente, por maior o esforço de manutenção da equipe.