Ciência
03/12/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 03/12/2024 às 09:00
Uma verdadeira relíquia, a mais antiga tábua inscrita dos Dez Mandamentos, esculpida provavelmente entre os anos 300 e 800 d.C., o que a coloca no período conhecido como era romano-bizantina, será colocada para venda pela casa de leilões Sotheby's, em Londres. A gravura de 1,5 mil anos estará em exibição entre os dias 5 e 17 de dezembro.
A data de origem do artefato na Terra Santa coincide com uma época de grandes transformações religiosas e culturais no Oriente Médio, especialmente a expansão do cristianismo durante o Império Romano e, em seguida, o Império Bizantino. Pode-se dizer que a tábua representa um dos registros mais preciosos dos fundamentos do judaísmo e do cristianismo existente.
Uma das histórias mais conhecidas no mundo, as chamadas Tábuas da Lei foram entregues a Moisés, diretamente por Deus, no monte Sinai. Voltando da montanha com as duas tábuas de pedra com as dez regras de conduta moral para o povo israelita recém-liberto do Egito, o profeta encontrou as pessoas adorando um bezerro de outo, e quebrou as tábuas, mas Deus ordenou que ele as refizesse.
A história da gravura dos Dez Mandamentos da Sotheby's começou, segundo um comunicado da casa de leilões, bem mais tarde, em 1913, quando um trabalhador a encontrou, durante as escavações para um ferrovia perto da cidade de Yavne, na planície costeira Shephelah, a cerca de 20 km ao sul de Tel Aviv.
Levada pelo trabalhador, a pedra foi usada invertida (com as inscrições para baixo) para pavimentar o pátio da sua casa, onde permaneceu sendo pisada por 30 anos, até ser passada para o herdeiro do descobridor que, reconhecendo o seu valor, iniciou uma série de vendas até chegar, finalmente, à Sotheby's.
Segundo os leiloeiros, a placa de mármore tem 60 cm de altura, pesa 52 kg, e era uma gravura samaritana dos Dez Mandamentos exibida em alguma sinagoga ou residência da época. Em relação às tábuas descritas na Bíblia, falta um mandamento ("Não tomarás o nome do Senhor em vão"), e há um orientação para adorar o Monte Gerizim.
A importância dessa escultura em pedra é descrita pela Sotheby's como "elo tangível com as crenças que ajudaram a moldar a civilização ocidental", segundo o seu chefe global de livros e manuscritos, em um comunicado. Uma viagem milenar por culturas, contada "por meio de um dos códigos morais mais antigos e duradouros da humanidade", conclui.
Após sua exposição, a gravura será colocado à venda no dia 18 de dezembro. A expectativa da Sotheby's é que ela será vendida por entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões.