Artes/cultura
25/07/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 25/07/2024 às 10:00
Em 2013, um filme de Martin Scorsese estrelado por Leonardo DiCaprio apresentou ao mundo a história de Jordan Belfort, o fundador da corretora Stratton Oakmont, que comandou um esquema de fraude de valores mobiliários por anos, fazendo seus investidores perderem verdadeiras fortunas.
O filme O Lobo de Wall Street conquistou plateias ao mostrar uma história envolvendo muita gente sedenta para ganhar (e gastar) muito dinheiro, personificando o próprio conceito de ganância. Mas a história real de Belfort, que acabou preso, é igualmente impactante.
Hoje palestrante motivacional, Jordan Belfort, foi corretor da bolsa de valores e viveu uma vida de excessos e crimes financeiros que o levaram à prisão e à escrita de uma autobiografia, que inspirou o filme de Scorsese. Nascido no Bronx em 1962, Belfort conta que cresceu em uma família modesta, mas que sempre foi empreendedor.
Ele frequentou a American University e sonhava em se tornar dentista. Contudo, no intuito de se tornar muito rico, ele acabou se voltando ao ramo do comércio, e passou a vender carne e frutos do mar de porta em porta em Long Island.
Quando seu negócio faliu, ele resolveu ir trabalhar como corretor de ações na LF Rothschild, onde conheceu Danny Porush, que mais tarde se tornaria seu sócio. Juntos, eles resolveram criar em 1989 uma empresa de negociação de ações, a Stratton Oakmont.
Utilizando táticas de venda aprimoradas, eles fraudavam investidores em milhões de dólares ao inflar os preços das ações e vender suas participações com lucro, em uma prática conhecida como “pump and dump”. Isso fez com que eles acumulassem muito dinheiro e passassem a desfrutar de uma vida luxuosa, regada a drogas, álcool e compras caras.
Logo isso trouxe prejuízos à vida pessoal de Jordan Belfort, cuja primeira mulher, Denise Lombardo, pediu o divórcio ao descobrir que ele a traía com uma modelo que depois se tornaria sua segunda esposa. O segundo matrimônio foi marcado pelo abuso de drogas e pelo comportamento violento e abusivo de Belfort.
Obviamente, os crimes da Stratton Oakmont não ficaram despercebidos das autoridades por muito tempo. Em 1999, ele já havia sido indiciado por fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro. Ao fazer um acordo de cooperação com o FBI, Belfort forneceu informações sobre crimes dos seus colegas, que acabaram condenados. Ele mesmo pegou quatro anos de prisão (cumpriu apenas 22 meses) e foi condenado a pagar US$ 110 milhões em restituição a investidores fraudados.
Depois de solto, Jordan Belfort resolveu se reinventar tornando-se palestrante e escritor. Em 2007, seu livro O Lobo de Wall Street foi um sucesso editorial gigantesco, culminando no filme com Leonardo DiCaprio, que foi indicado a vários prêmios cienmatográficos, incluindo o Oscar.
Aparentemente, o sujeito deu a volta por cima, apesar da quantidade de crimes que comete e das pessoas que lesou. Hoje ganha dinheiro contando a sua história e pregando sobre os perigos das posturas antiéticas. Estima-se que atualmente Belford tenha uma fortuna avaliada em cerca de US$ 134. Nada mal para quem passou a perna em muita gente e perdeu tudo.