Artes/cultura
30/09/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 30/09/2024 às 15:00
Em 1929, o dirigível Graf Zeppelin fez história ao completar a primeira volta ao mundo pelo ar. A aventura começou nos Estados Unidos, mais precisamente em Lakehurst, com paradas estratégicas ao redor do globo. De lá, seguiu para Friedrichshafen, na Alemanha, onde realizaram a inspeção final no dirigível. Depois, foi hora de cruzar a Sibéria e aterrissar em Tóquio, no Japão, seguir até Los Angeles, e finalmente voltar para o ponto de partida: Lakehurst.
Mas essa jornada épica não aconteceu do nada. O magnata da mídia William Randolph Hearst estava por trás do financiamento da viagem. Só que ele não fez isso por puro amor à aviação. Hearst queria exclusividade na cobertura da aventura e exigiu que tudo começasse e terminasse em solo americano, sendo um verdadeiro show de marketing.
O Graf Zeppelin foi um marco para a aviação da época. Com mais de 30 mil quilômetros percorridos em 21 dias, a viagem mostrou que os céus não eram mais o limite. Apesar das condições climáticas desafiadoras e das longas distâncias, o dirigível seguiu firme em seu trajeto, com escalas cuidadosamente planejadas para reabastecimento e manutenção.
A equipe a bordo também enfrentou momentos tensos, mas o comandante Hugo Eckener soube conduzir tudo com maestria. Ele era uma figura importante na história dos dirigíveis e, com sua experiência, garantiu o sucesso da expedição. Para os tripulantes e passageiros, a viagem foi uma mistura de aventura e luxo, com paisagens incríveis e todo o conforto possível a bordo.
Além de sua grandiosidade técnica, a volta ao mundo do Graf Zeppelin foi um evento de mídia sem precedentes. O feito foi noticiado em jornais ao redor do mundo, mostrando o poder de Hearst em transformar a viagem em uma verdadeira atração global.
William Randolph Hearst sabia como ninguém como transformar algo grandioso em um espetáculo. Seu envolvimento no projeto do Graf Zeppelin não foi à toa. Ele viu uma oportunidade perfeita para aumentar o alcance de seus jornais e revistas, garantindo uma cobertura exclusiva e de tirar o fôlego para os leitores da época.
Hearst não só financiou a viagem como também ditou algumas regras. Ele exigiu que a volta ao mundo começasse e terminasse nos Estados Unidos, garantindo que os holofotes estivessem voltados para seu país e, claro, para seus negócios. Essa jogada estratégica fez com que a expedição ganhasse ainda mais destaque.
No fim das contas, a combinação do feito histórico do Graf Zeppelin e o gênio midiático de Hearst fez dessa volta ao mundo um dos eventos mais marcantes da aviação e do jornalismo. A primeira viagem aérea ao redor do globo foi muito mais do que um avanço tecnológico — foi um show de marketing e poder.