Artes/cultura
19/11/2024 às 06:04•2 min de leituraAtualizado em 19/11/2024 às 06:04
Uma verdadeira instituição nacional em vários países do mundo, o Túmulo do Soldado Desconhecido é um memorial dedicado a homenagear os soldados mortos em serviço militar cujas identidades não puderam ser determinadas.
Geralmente, há uma data no ano em que as famílias dos soldados mortos, cujos corpos não foram recuperados, participam de cerimônias nesses locais, como o Remembrance Day no Reino Unido e em países da Commonwealth; o Memorial Day nos EUA; e o Dia da Vitória, na Rússia.
Pouca gente sabe, no entanto, que essa bela e merecida homenagem começou logo depois da Primeira Guerra Mundial. Durante o conflito, entre 1914 e 1918, a França perdeu um milhão e meio de homens na terrível "guerra de trincheiras". Desse total, cerca de 400 mil combatentes não foram sepultados, pois seus corpos ficaram enterrados sob a lama e estilhaços dos campos de batalha.
Esperando seus entes queridos, que jamais voltaram, tudo o que várias famílias recebiam era só uma comunicação oficial do governo, informando que seu parente estava "desparecido" ou "desaparecido, dado como morto". Sem ter um fechamento digno para o ato de patriotismo dos combatentes, muitas famílias se recusavam a aceitar o seu familiar como morto.
Foi na tentativa de se tentar aliviar a dor de tantas famílias angustiadas por estas mortes violentas, que surgiu a ideia de um túmulo do soldado desconhecido. O túmulo único, nesse caso, serviria como o receptáculo simbólico de todos os que morreram sem ter uma sepultura individual.
Segundo o jornalista da BBC, Mario Cacciottolo, a ideia original desse monumento veio em 1916, de um pastor inglês que lutava na Frente Oriental durante a Primeira Guerra Mundial. Ele se inspirou em um sepultura rudimentar em um jardim na comuna francesa de Armentieres, cujo epitáfio dizia: "Um soldado britânico desconhecido".
A implementação efetiva do Túmulo do Soldado Desconhecido só ocorreu em 1920, quando o reverendo David Railton propôs ao capelão da Abadia de Westminster, na Inglaterra, a construção de um túmulo especial que representasse todos os soldados mortos em batalha e não sepultados.
A proposta foi que esse memorial ficasse junto aos túmulos dos reis e estadistas da importante igreja londrina.
Para que o túmulo tivesse um corpo real, o Exército Britânico mandou exumar quatro corpos dos campos de concentração de Aisne, Somme, Arras (na França) e Ypres (na Bélgica). Transferidos para a capela de Saint Paul, os corpos foram submetidos ao escrutínio do brigadeiro-general LJ Wyatt, que escolheu um deles (de olhos vendados) para ser sepultado na abadia.