Estilo de vida
18/11/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 18/11/2024 às 15:00
Desde que o oceanógrafo Robert Ballard encontrou os destroços do Titanic a aproximadamente 600 km ao sul de Newfoundland, no Canadá, o famoso “inafundável” se tornou um novo hype, como nos idos de 1912.
Em exemplo mais recente da popularidade do Titanic, um leilão na casa Lay’s, da cidade de Penzance no Reino Unido, vendeu 46 g de carvão do navio por £ 1,5 mil (R$ 11 mil). O item fazia parte de um lote com mais de oito mil exemplares de objetos relacionados a 150 naufrágios, e, por incrível que pareça, não foi o achado mais esquisito do leilão.
O conjunto fazia parte da coleção do Museu do Tesouro do Naufrágio, uma instituição de St. Austell, também na Cornualha Britânica, que teve que fechar suas portas. Com dificuldades financeiras, agravadas pela perda de público durante a pandemia da covid-19, a instituição não conseguiu um comprador disposto a desembolsar os US$ 2,5 milhões pedidos pelo acervo.
O famoso museu do naufrágio (Shipwreck Treasure Museum) foi fundado em 1976 por Richard Larn, um ex-mergulhador da marinha britânica e especialista em naufrágios históricos. Com o fechamento, a impressionante coleção do museu foi dividida em 1.254 lotes que inclui itens raríssimos de alguns naufrágios atualmente protegidas como locais históricos.
O item historicamente mais valioso do leilão, 120 cm de uma corda que pertenceu ao navio de guerra Mary Rose, a nau capitânea da frota do rei Henrique VIII, tem forte ligação com o Museu do Tesouro do Naufrágio. Ela foi doada ao próprio Larn em, quando esse participou do resgate de objetos do navio.
Falando ao The Guardian, o dono da casa de leilões, David Lay, tinha grandes expectativas em relação ao pedaço de corda, pois “praticamente nada que vem da Mary Rose chega ao mercado”. No entanto, embora estimada entre £ 5 mil e £ 10 mil, a corda acabou arremata por apenas £ 2 mil (R$ 15 mil).
Para quem não tinha grana suficiente para comprar corda a R$ 12,5 mil o metro, o leilão ofereceu uma memorabília com centenas de peças bem mais baratas.
Só por estar relacionado ao assunto, o livro O naufrágio do Titanic, de Thomas Russell, em sua primeira edição de 1912, com a inscrição "O maior desastre marítimo do mundo" na capa, foi vendido por £ 200 (R$ 1,5 mil).
Peças de outro transatlântico, não tão famoso quanto o Titanic, o RMS Lusitania, também foram leiloadas, em sua maioria relógios de bolso. Diferente do mais luxuoso de passageiros do mundo, o Lusitânia fazia sua 202ª travessia transatlântica, quando foi torpedeado por um submarino alemão em 1915.