Ciência
16/06/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 16/06/2024 às 18:00
A região de Saqqara é um dos sítios arqueológicos mais curiosos do Egito. Localizada ao sul da cidade de Cairo, ela é uma necrópole bastante famosa, sendo um dos locais de sepultamento mais importantes de diferentes períodos do Antigo Egito.
Com mais de 6 km de comprimento e 1,5 km de largura, o local abriga diferentes pirâmides e tumbas de menor porte. Por lá, foram descobertas 250 múmias de uma só vez em 2022, um papiro do Livro dos Mortos com 15 metros de comprimento no ano passado e até múmias de leões.
Ainda assim, por muito tempo, especialistas não sabiam a resposta exata sobre por que a região era tão visada por figuras importantes de diferentes dinastias.
Para egiptólogos consultados pelo site Live Science, um dos motivos é a sua localização. Saqqara é o espaço de sepultamento mais próximo da cidade de Mênfis, que chegou a ser uma capital no Antigo Egito.
Saqqara foi também o local que vários faraós escolheram para o seu sepultamento, seja em pirâmides ou mastabas, que são construções mais simples. Isso aconteceu principalmente antes dessa prática migrar para o Vale dos Reis, em Tebas, outra necrópole bastante popular dessa civilização.
Essa prática começou na Segunda Dinastia, de 2890 a.C. até 2686 a.C., aproximadamente. Hotepsekhemwy, Reneb e Ninetjer são alguns dos governantes lá sepultados, além de Djoser, o faraó que construiu com o seu nome uma das maiores e mais famosas pirâmides da região.
Mesmo depois da migração do sepultamento de faraós para outras regiões, o espaço seguiu usado. Isso porque administradores de cidades escolhiam Saqqara como local de descanso, além de para homenagear os antigos governantes e as divindades locais.
Por muito tempo, Saqqara foi também um centro administrativo e uma base religiosa para o culto de muitas divindades. Ela era vista como parte integral da cidade de Mênfis, algo pouco comum para outras necrópoles erguidas em localidades mais afastadas.
A sua importância é tanta que a casa funerária mais antiga já descoberta no Egito fica em Saqqara, realizando a mumificação até de cidadãos de menos prestígio.
O consenso entre vários egiptólogos é de que Saqqara perdeu importância apenas com a popularização do Cristianismo na região, por volta do século V. Por essa migração de culto e de localidades de sepultamento, a área deixou de receber tantos cuidados — o que levou muitos artefatos ou tumbas a não terem o melhor estado possível de preservação.
Atualmente, Saqqara é um dos pontos turísticos mais visitados do Egito pela importância histórica e a presença de pirâmides como a de Djoser.