Artes/cultura
30/11/2017 às 06:43•2 min de leitura
Pois é, caro leitor! Existem inúmeros mitos e teorias da conspiração por aí que, apesar da quantidade de evidências demonstrando que elas não se sustentam, parecem nunca perder força! Esse é o caso da Teoria da Terra Plana, por exemplo, que ultimamente virou motivo de acalorados (e divertidos) debates pelo mundo. Mas outra questão que vira e mexe volta a ser discutida é a existência ou não do Abominável Homem das Neves.
Para a maioria pode até parecer bobagem que um personagem mítico como esse vire tema de controvérsia, mas o fato é que muita gente acredita na existência desses seres — e o que não faltam são registros de supostos avistamentos e assustadores encontros entre humanos e monstros das neves. Inclusive há uma abundância de material atribuído a essas criaturas, como ossos, dentes, pele, pelos e fezes, que foram coletados ao longo do tempo.
E foi com base em análises de DNA obtido a partir dessas amostras de Abomináveis Homens das Neves que um time de cientistas fez algumas descobertas interessantes — e que parecem por um fim (ou não!) nessa história de que esses seres existem na vida real. De acordo com Yasmin Tayag, do site Inverse, a equipe foi liderada pela doutora em Biologia Charlotte Lindqvist, da Universidade de Buffalo, nos EUA, e os resultados foram divulgados em um artigo publicado no prestigioso periódico Proceedings of the Royal Society B.I
Pelos atribuídos a um suposto Yeti coletados no Nepal (Inverse)
E o que os cientistas descobriram afinal? Que o material basicamente pertence a ursos — e não a um elo perdido da evolução, um híbrido desconhecido entre humano e primata, um ser alienígena ou a uma criatura sobrenatural. Mas não pense que o estudo não ajudou os pesquisadores a fazerem outras descobertas.
Fêmur encontrado em uma caverna no Tibete e que supostamente pertenceria a um Yeti (Inverse)
Segundo Yasmin, o time fez o sequenciamento genético de um total de 24 amostras e, depois de ter a análise completa, os resultados foram comparados aos dos genomas de ursos da região do Himalaia — local que serviria de lar para os abomináveis homens das neves —, incluindo o urso-marrom-do-himalaia (Ursus arctos isabellinus) e o urso-negro-asiático (Ursus thibetanus), cujo DNA nunca tinha sido sequenciado.
Das amostras analisadas, com exceção de uma, que provou ser de um cachorro, as demais pertenciam a ursos — sendo oito delas a ursos-marrons-do-himalaia, ursos-negros-asiáticos e ursos-marrons-do-tibete. Ou seja, nada de outro mundo mesmo! Mas, dentre os animais identificados, nenhum possuía pelagem branca (como seria a dos Yetis).
Hum... não parece com um abominável homem das neves, né? (Inverse)
Entretanto, vale lembrar que os ursos podem caminhar tranquilamente sobre duas patas e, considerando que os exemplares identificados no estudo habitam em regiões nevadas, não seria de se estranhar que um que outro indivíduo perambulando coberto de neve tenha sido confundido com uma criatura estranha.
Uma família de ursos-marrons-do-himalaia que pouco se parecem com os Yetis (Inverse)
Mas, voltando às análises, além de demonstrar que o material atribuído aos abomináveis homens das neves não passa de amostras de animais comuns, os cientistas descobriram que os ursos-marrons-do-himalaia consistem em uma espécie geneticamente separada de seus “primos” do Tibete e que habitam na América do Norte, o que poderia ajudar a explicar o mistério associado com esses animais.