Estilo de vida
14/05/2018 às 09:01•3 min de leitura
Cruzar com um alienígena na rua seria algo totalmente inesperado, e possivelmente você procuraria a câmera da pegadinha, já pensando no quanto te pagariam para que as imagens pudessem ser exibidas no programa de domingo. Apesar de bem remota, essa possibilidade existe, só não sabemos como e se presenciaremos tal evento. Isso se o nosso planeta não for destruído antes, e por nós mesmos.
Há várias teorias sobre vida inteligente em outros planetas. Considerando todas que são possíveis, dentro do contexto da existência de alienígenas, algumas são mais plausíveis do que outras. E uma delas levanta a questão: você já se imaginou vivendo num zoológico?
Enrico Fermi foi um importante físico, ganhador de um prêmio Nobel por suas descobertas sobre radiação, mas também possuía interesse em questões um pouco mais distantes do que os elementos com que trabalhava. Certo dia, Fermi estava com colegas em um café, quando questionou uma tirinha que viu no jornal. Nela, dois extraterrestres roubavam latas de lixo da cidade, e isso fez com que ele pensasse na existência de ladrões como esses.
Ele não estava errado em se sentir intrigado com isso, pois em um Universo tão grande, seria possível a vida ter se desenvolvido somente em um planeta? Estimativas podem ser feitas facilmente, ainda mais se você assumir condições não necessariamente coerentes. Contudo, se considerarmos a quantidade de estrelas só na Via Láctea, já podemos ter uma ideia da possível “sorte” que tivemos.
Os números são astronômicos, literalmente, quando se fala em quantidade de estrelas no Universo. De acordo com estimativas não tão irreais, levantadas pelo paradoxo, existem 100 planetas como a Terra para cada grão de areia no mundo. Obviamente, a distância daqui para todos esses lugares é muito grande, e ainda não conseguimos descobrir uma maneira de viajar tão longe em um tempo razoável.
Por isso, pense duas vezes antes de sentir preguiça em caminhar até a padaria, pois no Universo as distâncias são um grande empecilho. Segundo as estimativas de Fermi, uma civilização alienígena, com um programa espacial coerente, poderia “colonizar” toda a nossa galáxia em 10 milhões de anos. Parece muito tempo, e realmente é, mas levando em conta que a Via Láctea existe há 10 bilhões de anos, é possível que uma civilização assim exista.
Assim, como no Paradoxo de Fermi fica evidente que as possibilidades de existência alienígena são razoáveis, muitas teorias tentam explicar o motivo de eles ainda não terem aparecido. E a Teoria do Zoológico apresenta motivos para isso, de uma forma bem peculiar. Segundo ela, os extraterrestres já sabem da nossa existência e nos conhecem muito bem, só optaram por não entrar em contato, estudando nosso comportamento de longe.
O astrônomo do MIT John A. Ball propôs essa teoria em 1973. O nome dela vem da comparação de que, para eles, somos animais vivendo em uma jaula no zoológico, então é melhor nem colocar a mão entre as grades para tocar. Pode ser perigoso. Segundo ele, os extraterrestres possuem uma tecnologia muito mais avançada que a nossa e optaram por não interferir em nossa sociedade primitiva.
Dentro da Teoria do Zoológico, Ball considerou duas possibilidades. Em uma, os alienígenas nos acharam até interessantes e monitoram nossas atividades casualmente; já em outra, eles realmente se interessaram por nós, mantendo um monitoramento constante. Em uma possibilidade mais triste para nós, eles sabem da nossa existência, mas não dão a mínima, pois não oferecemos ameaça alguma. Segundo ele, essa é uma explicação menos popular, visto que gostamos de pensar que a civilização humana é a melhor de todas.
Entre as respostas mais populares para o paradoxo, estão a de que a tecnologia alienígena ainda é muito primitiva para deslocamentos tão grandes, ou eles já evoluíram e entraram em declínio, nem sequer tendo tempo de chegar até a Terra. Independente disso, continuamos olhando para o céu esperando algum tipo de comunicação. Enquanto não a encontramos, podemos nos considerar o suprassumo do Universo. Isso até alguém aparecer e nos mostrar a realidade, claro.