Estilo de vida
23/10/2018 às 14:01•2 min de leitura
Pense no estado do Titanic, o navio “inafundável” que foi parar no fundo do Atlântico do Norte em 1912. Meio acabadinho, né? Pois, tendo em mente as imagens do icônico navio em sua sepultura eterna, pense no quão significativa é a descoberta que vamos contar para você a seguir. Isso porque um time de pesquisadores anunciou ter encontrado uma embarcação que naufragou por volta do ano 400 a.C. e seu estado de preservação é simplesmente notável.
Segundo os pesquisadores — do Black Sea Maritime Archeology Project —, o barco é de origem grega e foi descoberto a mais de 2 mil metros de profundidade, no Mar Negro. A estrutura conta com cerca de 23 metros de comprimento e, de acordo com o time, se encontra intacta mesmo depois desse tempo todo. Para você ter uma ideia, a embarcação ainda conta com o mastro, a proa, o leme e até os bancos nos quais os homens eram colocados para remar!
A descoberta aconteceu durante uma série de 3 expedições realizadas com o objetivo de vasculhar uma área de 2 mil quilômetros quadrados do leito oceânico em busca de embarcações naufragadas. Nesse processo, os pesquisadores identificaram mais de 60 barcos que afundaram nos últimos séculos, incluindo alguns da época do Império Bizantino e Otomano. No entanto, a “joia” grega, sem dúvida, é o principal tesouro descoberto pelo time.
Impressionante, né? (BBC)
Com relação a como, exatamente, a embarcação foi sobreviver a esse tempo todo debaixo d’água sem sofrer danos, os pesquisadores explicaram que o milagre se deve à dinâmica e ao ambiente único oferecido pelo Mar Negro. Ele se encontra entre o Leste Europeu e a Ásia, e é alimentado pela água doce proveniente do continente — água essa que circula mais na superfície.
No entanto, no fundo do Mar Negro, na faixa onde a embarcação grega se encontra, além de a salinidade ser mais bem mais elevada do que nas camadas superiores, os índices de oxigênio são extremamente baixos — e essas condições permitiram que o barco ficasse imerso em uma espécie de cápsula do tempo.
We’re revealing the world’s oldest, most intact shipwreck today - lying at the bottom of the Black Sea - part of the fantastic #BlackSeaMap project! pic.twitter.com/OUQsHHEynB
— Prof Alice Roberts (@theAliceRoberts) 23 de outubro de 2018
De acordo com o time, a embarcação é bastante parecida com uma retratada em um vaso da Grécia Antiga que se encontra em exposição no Museu Britânico, em Londres, e que mostra uma passagem da Odisseia, de Homero, em que o personagem Odisseu navega em seu barco de volta à Grécia depois da Guerra de Troia. Veja uma imagem do vaso abaixo:
A embarcação é igual essa aí do vaso (BBC)
No caso da estrutura naufragada, como ela foi encontrada entre o litoral da atual Turquia e da Bulgária, os cientistas acreditam que a embarcação provavelmente seja um antigo navio mercante usado no comércio entre os gregos e os povos da área. Legal, né?
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