Continentes de milhões de anos atrás descobertos por imagens de satélite

Pesquisadores da Universidade de Kiel, na Alemanha, e do British Antarctic Survey, na Inglaterra, reavaliaram imagens de satélite coletadas pelo GOCE (Gravity field and steady-state Ocean Circulation Explorer), da Agência Espacial Europeia, e fizeram novas descobertas. Abaixo dos quilômetros e mais quilômetros de gelo e neve estão ocultos antigos continentes que podem ter sido inclusive habitados milhões de anos atrás.

O que permitiu essas novas leituras das imagens relativamente antigas foi a possibilidade de avançar na forma como essa interpretação é feita. Isso porque o GOCE foi enviado para o espaço com o objetivo de medir a gravidade da Terra, identificando onde esta estaria mais forte ou mais fraca. Graças aos dados coletados por ele, agora é possível redesenhar exatamente a estrutura e a composição do terreno do Globo abaixo da superfície de gelo.

"Essas imagens de gravidade estão revolucionando nossas habilidades de estudar o menos compreendido continente da Terra, a Antártida", disse Fausto Ferraccioli, um dos autores da pesquisa. Agora, sabe-se que o tipo de território sob a água congelada é – ou foi, em algum momento – muito similar ao que se pode ver no resto do mundo: crátons, orógenos, atitudes de placas tectônicas capazes de gerar geografias como a das cadeias de montanhas, por exemplo.

Segundo os pesquisadores, mais do que saber como é o continente por baixo do gelo e como ele se formou, esse tipo de descoberta pode ajudar os cientistas a preverem como deve proceder o descongelamento, agora que a Antártida está derretendo cada vez mais rapidamente.

A análise, que começou em 2009, tem dados de 4 anos, já que a missão terminou em 2013, e possibilita a construção de materiais, como o vídeo abaixo, sobre a formação geológica do continente. “No leste da Antártida, vemos um empolgante mosaico de características geológicas que revelam semelhanças e diferenças fundamentais entre a crosta abaixo da Antártida e outros continentes aos quais se juntou até 160 milhões de anos atrás”, explica Ferraccioli.

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