Artes/cultura
06/01/2019 às 08:00•2 min de leitura
Muita gente pode dizer que o aquecimento global é uma farsa, divulgada exclusivamente por interesses econômicos. Como sempre, é bem possível que existam pessoas ganhando dinheiro em cima do problema, mas alguns indícios que a natureza nos apresenta seriam impossíveis de serem forjados.
Um exemplo disso são os recifes de corais, formações calcárias que estão cada vez mais ameaçadas. Eles ocorrem principalmente em regiões de águas claras, rasas e permanentemente quentes, condições que colaboram para uma alta biodiversidade. Isso faz com que esse tipo de local seja alvo de caça predatória por seres humanos, poluição, e mais recentemente a variação de temperatura dos oceanos passou a afetar o sistema.
Desde os anos 1980, o planeta Terra já perdeu metade de seus recifes de corais, fato que possui muito mais repercussão do que aparenta. Além da possível extinção das espécies que vivem neles, as formações são fundamentais para a sobrevivência de comunidades e, ainda, desempenham um papel importantíssimo na proteção das costas onde existem, atenuando a força das ondas que vêm do alto-mar.
Com o intuito de auxiliar a preservação dessas estruturas, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos divulgou neste ano um relatório listando medidas tecnológicas que podem ser tomadas para tentar diminuir a agressão aos recifes de corais. Algumas das opções podem parecer bem extremas, mas isso mostra a gravidade da situação.
Uma das opções considera a recuperação das condições naturais de temperatura; para isso, a proposta é de bombear água de regiões mais profundas do oceano em direção aos recifes, resfriando naturalmente a área. Outro problema seria a acidez da água do mar, que tem se tornado cada vez maior. Nesse caso, a solução seria cultivar plantações marinhas para que a água fosse naturalmente alcalinizada.
Medidas mais extremas, que já consideraram a extinção das formações, cogitaram a possibilidade de congelamento de embriões para um posterior repovoamento de áreas degradadas. Essa solução já foi testada com 16 espécies de corais, mas ainda não existe certeza sobre as condições das células congeladas, que podem ser danificadas pelo processo.
Considerando a atual situação, medidas como essa são necessárias para que os recifes de corais não sejam extintos. A tecnologia é muito útil e nos proporciona um conforto invejável para nossos antepassados, mas quando falamos sobre a natureza a melhor solução é sempre deixar que ela trabalhe por conta, com o mínimo possível de influência.