Artes/cultura
08/09/2019 às 04:00•2 min de leitura
Quase 25 anos depois de ser concebido, a NASA anunciou que a montagem do Telescópio Espacial James Webb (JWST) terminou. Usando um guindaste, os engenheiros da NASA baixaram suavemente o conjunto óptico e o posicionaram no corpo da espaçonave. A equipe então uniu as duas metades mecanicamente. Segundo a NASA, os técnicos ainda precisam instalar e, depois, testar as conexões elétricas entre as peças.
Ao contrário do Hubble, que observa o céu nos espectros ultravioleta, visível e infravermelho próximo (0,1 a 1 μm), o JWST captará da luz visível de longo comprimento de onda ao infravermelho médio (0,6 a 27 μm) , o que permitirá encontrar com alto desvio para o vermelho, ou seja, mais antigos e distantes.
Para se proteger do calor e da radiação infravermelha do Sol, da Terra e da Lua, o espelho foi instalado sobre um escudo solar com o tamanho de uma quadra de tênis feito de um filme de poliimida, com membranas revestidas de alumínio de um lado e silício do outro. Rasgos acidentais da estrutura delicada do filme durante os testes são um fator que atrasa o projeto. A estrutura resfriará o telescópio a -223°C, quase três vezes mais frio que a temperatura mais baixa já registrada na Terra.
O telescópio agora entrará em fases de testes. A NASA garante que, individualmente, os componentes estão operacionais, mas é preciso ver como funcionarão juntos. Até o lançamento do JWST, previsto para 30 de março de 2021, os testes servirão para evitar o que ocorreu com o Telescópio Hubble, seu antecessor.
Depois de ser lançado a 600 km na órbita da Terra, o Hubble produziu imagens desfocadas por conta de uma deformação em seu espelho principal, causada por erros de calibração na fase de testes. Foram precisos três anos, uma missão de 11 dias do ônibus espacial Atlantis e 35 horas de caminhadas espaciais para consertá-lo. Desta vez, qualquer erro inutilizará o James Webb para sempre: ele estará a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, inacessível a missões de resgate.