Ciência
21/11/2019 às 07:00•1 min de leitura
Após as selfies espaciais, a exploração da sonda Curiosity trouxe mais uma novidade: nos 3 anos em Marte (5 e alguns meses na contagem terrestre), o rover detectou uma composição de oxigênio fora do comum, com concentrações atmosféricas que ainda não puderam ser explicadas.
A pesquisa avalia concentrações de ar na Cratera Gale, levando em conta volume de dióxido de carbono, nitrogênio molecular, oxigênio molecular, argônio e monóxido de carbono. Em análises comuns, as mudanças acompanham as estações marcianas.
No inverno, há um congelamento de CO2 nos polos; o verão conta com sua evaporação. Isso é percebido pela pressão de ar. Uma parte da pesquisa correspondeu às expectativas: os níveis de argônio e nitrogênio estavam dentro do esperado na Cratera Gale.
A surpresa surgiu na hora de analisar os níveis de oxigênio. Os cientistas detectaram um aumento fora do normal, sem fundamento em processos químicos comuns. Para os que cogitaram a possibilidade de falha no instrumento de medição SAM, a hipótese foi desconsiderada — a anomalia se repetiu ao longo de várias primaveras marcianas, voltando ao normal nos outonos.
Apesar do mistério, existe uma “correlação tentadora” entre o metano e o oxigênio marciano, de acordo com o professor da Universidade de Michigan Sushil Atreya. A comparação diz respeito às altas de metano detectadas em análises anteriores, embora o gás sempre esteja em concentrações pequenas (como 0,00000004%).
Entre as hipóteses cogitadas, está a de atuação de microorganismos. Se a origem das flutuações misteriosas tem relação com vida alienígena, só ficará claro quando a NASA der início às explorações do rover Mars 2020 na busca por microfósseis alienígenas. A possibilidade de produção de gás abiótica (sem origem em vida) também é estudada.