Ciência
20/04/2020 às 10:17•2 min de leitura
Os estudos envolvendo o coronavírus, recentemente, estão avançando em diversos lugares, como universidades e centros de pesquisa ao redor do mundo. Em uma estação de tratamento de água e esgoto de Massachusetts, nos Estados Unidos, os pesquisadores notaram um aumento nos resíduos do vírus na água. Dessa forma, eles acreditam que será possível fazer uma determinação de novos casos de infectados sem a necessidade dos testes específicos que atualmente se encontram em escassez.
Os autores do artigo ainda não publicado tiveram suas primeiras considerações disponibilizadas pelo medRxiv, que faz uma pré-publicação de pesquisas importantes em andamento. “Apesar da disseminação pandêmica do coronavírus no mundo todo, o amplo acesso a testes nos Estados Unidos até agora tem sido severamente limitado”, afirmam os autores do estudo por meio do artigo.
(Fonte: Good News Finland)
"Embora seja impraticável testar todos os residentes nos país para a SARS-CoV-2, o vírus foi encontrado nas fezes de pacientes confirmados com a doença, tornando-o um candidato promissor à epidemiologia baseada em águas residuais (Wastewater-Based Epidemiology, WBE, em inglês)", completam as considerações.
O WBE citado na pré-publicação é uma metodologia usada para detectar a presença de patologias nas comunidades que são servidas pelo sistema de água. Essa metodologia também é capaz de estimar quão comum o vírus pode ser sem exigir exatamente que cada indivíduo seja testado. Vale lembrar que durante a pandemia do Sars, uma espécie de primo do novo coronavírus, em 2003 na China, essas medidas também foram adotadas, para ajudar na identificação de novos casos.
Os pesquisadores da Biobiot Analytics e do Massachusetts Institute of Technology coletaram cerca de 10 amostras de águas residuais de uma das estações de tratamento da cidade para realizarem uma comparação das amostras de água coletadas antes do primeiro caso de covid-19 nos Estados Unidos em 20 de janeiro.
(Fonte: Unsplash)
Todas as amostras de antes tiveram resultado negativo para o coronavírus, enquanto cada amostra coletada entre os dias 18 e 25 de março apresentou resultado positivo em níveis muito altos do que o esperado, segundo os pesquisadores. Dessa forma, as estimativas por meio das análises sugerem que cerca de 5% de todas as amostras fecais testaram positivas, enquanto ainda apenas 0,026% da população havia sido confirmadas com a doença.
Ainda de acordo com os pesquisadores “a vigilância de águas residuais pode representar uma abordagem complementar para medir a presença e até a prevalência de doenças infecciosas quando a capacidade para testes clínicos é limitada", conforme aponta o artigo ainda em revisão.
Se tudo der certo, esse poderá ser um caminho para determinar novos casos do coronavírus e ajudar o quanto antes os infectados a serem curados.