Artes/cultura
23/04/2020 às 10:00•2 min de leitura
Na China, dois médicos que estavam na linha de frente na batalha contra o novo coronavírus e foram internados em estado grave por terem sido infectados sofreram alterações na pigmentação da pele: nos dois casos, ela ficou marrom.
Os médicos Yi Fan e Hu Weifeng, ambos com 42 anos, eram colegas de trabalho do doutor Li Wenliang, que morreu em fevereiro desse ano em decorrência da covid-19 e ficou famoso por ter sido punido pelo governo chinês ao tentar soar o alarme avisando sobre a doença.
Apesar das complicações, os dois médicos estão se recuperando
Os dois profissionais foram diagnosticados com a covid-19 no dia 18 de janeiro e passaram por períodos críticos, por quase dois meses, até começarem a vencer a doença.
De acordo com o especialista em doenças infecciosas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, a explicação para a mudança da tonalidade do tecido epitelial teria relação com o ferro presente no organismo.
Conforme o especialista, no processo de enfrentamento da doença, os órgãos dos dois médicos foram muito prejudicados. Com isso, o ferro que, em um quadro normal de saúde, deveria ser armazenado no fígado, acabou inundando os vasos sanguíneos, já que o órgão não estava em suas condições perfeitas de funcionamento.
Os níveis cada vez maiores de ferro podem provocar as mudanças na tonalidade e aumentar a pigmentação da pele, principalmente, a do rosto.
Entretanto, há outras considerações. Para o médico urologista, Dr. Li Shusheng, a razão pela qual a pele dos dois homens ter ficado mais escura estaria no medicamento com o qual foram tratados no diagnóstico inicial — porém, nenhum detalhe foi informado sobre qual remédio teria sido usado.
Também não há detalhes sobre a possibilidade de reverter a situação, especialmente porque ainda há dúvidas sobre o que realmente está por trás da condição.
Em março, pesquisas publicadas no Lancet apontaram para a possibilidade de os danos percebidos no fígado dos pacientes infectados com o novo coranavírus ter como causa principal a infecção das células hepáticas.
Nessas pesquisas, também foi verificado que algo entre 2% e 10% dos pacientes doentes sofrem com diarreia, sendo que o vírus ainda podia ser detectado em amostras de sangue e fezes.
Mais recentemente, e seguindo a linha de pesquisas paralelas, médicos italianos descobriram que os fluidos oculares também podem ser fonte de transmissão da doença.